O Ferroviário de Maputo, campeão da cidade de Maputo, perdeu no pretérito sábado (29) diante do Costa do Sol por 59 a 55 em partida da sétima jornada do Torneio de Abertura, na modalidade da bola ao cesto. Com este triunfo, os canarinhos quebraram a invencibilidade dos locomotivas. Em femininos, os canarinhos voltaram a interromper a saga vencedora dos campeões da capital do país, ao triunfarem pela marca de 51 a 43.
Na partida que colocou frente a frente Milagre Macome e Horácio Martins, dois conceituados treinadores do basquetebol moçambicano e da África austral, saiu-se melhor a turma canarinha. Jogando no seu reduto, assim que se lançou a bola no ar, o Ferroviário de Maputo tomou as rédeas do jogo, face a uma turma do Costa do Sol que nos primeiros instantes respeitou demasiadamente o seu oponente.
Apesar do aparente domínio dos locomotivas nos primeiros cinco minutos do período inicial, os canarinhos conseguiram equilibrar o jogo e passaram para a frente do marcador graças à apatia do conjunto que jogava em casa, sobretudo no seu sector mais recuado, ou seja, em baixo das tabelas, onde não conseguiam parar os ataques da equipa de Milagre que na sua ausência foi substituído pelo seu adjunto Jaime Macanve.
Comandados pelo base-armador, Baggio Chimondzo, os eleitos de Jaime Macanve foram a equipa mais concretizadora na etapa inicial ao apontarem 15 pontos, mais quatro que o Ferroviário de Maputo. Nesta fase de jogo, o maestro do Costa do Sol foi o destaque ao marcar cinco dos 15 pontos da sua equipa, enquanto do lado locomotiva o experiente poste, Custodio Muchate, com três pontos, foi o protagonista.
O confronto começou a ganhar alguma intensidade na segunda etapa, na medida em que ambos os conjuntos procuraram, com ousadia e muita mestria à mistura, marcar o maior número de pontos possível. Contudo, o talento individual foi decisivo para o efeito. Como forma de fugir da teia defensiva montada por Milagre Macome, o Ferroviário de Maputo, em vez de jogadas interiores optou por lances na linha dos 6 e 25, uma vez que o Costa do Sol estava bem defensivamente; todavia, Chiquinho e Manuel Uamusse, dois atiradores natos, não estavam com a pontaria afinada.
Se por um lado os Canarinhos conseguiam anular as investidas do seu rival, não acontecia o mesmo nas hostes locomotivas, que, diga-se, mostravam alguma atonia quando se tratasse de parar a armada liderada por Baggio Chimondzo. O segundo período foi mais equilibrado em relação ao primeiro, visto que no final do mesmo as duas equipas estavam separadas por dois pontos – 24 a 22. O Ferroviário de Maputo foi o conjunto mais produtivo, com 11 pontos, contra nove do Costa do Sol, que saiu para o intervalo em vantagem.
Em Maputo já não há invencíveis
Ao contrário do que sucedeu nos primeiros dois períodos, os locomotivas entraram transfigurados com o intuito de manterem a sua invencibilidade na prova; contudo, tinha pela frente uma armada canarinha que não facilitava. O técnico do Ferroviário de Maputo, Horácio Martins, apercebendo-se da estratégia do Costa do Sol, que marcava à zona para evitar os lançamentos na linha dos 6 e 25, mandou os seus pupilos explorarem as jogadas interiores, também conhecidas por jogadas de dois pontos.
Com este plano, os anfitriões conseguiram penetrar na muralha defensiva dos canarinhos, visto que, decorridos trinta minutos, ou seja, no final do terceiro período, as duas equipas estavam empatadas a 36 pontos. Nesta fase de jogo os campeões da cidade de Maputo, com um registo de 14 pontos, mais dois que o seu adversário, foram os mais produtivos. No que a individualidades diz respeito, Edson Monjane, poste locomotiva, foi o destaque ao somar oito pontos e três ressaltos, enquanto Miguel Bata, com cinco pontos, foi o mais rendoso da equipa liderada por Milagre Macome.
À entrada para o quarto e derradeiro período, as duas formações estavam igualadas no marcador e os poucos amantes da modalidade da bola ao cesto que se fizeram ao remodelado pavilhão do Ferroviário, na baixa da cidade de Maputo, esperavam ansiosamente pelo desfecho da partida. Galvanizados pelo excelente terceiro período que fizeram, os locomotivas entraram, no último período, com a clara intenção de assaltar o marcador, mas estas aspirações transformaram- se em cinzas, porque Baggio Chimondzo e companhia não queriam sair da quadra com um resultado que não fosse a vitória.
Nesta fase de jogo, a experiencia de Sílvio Lethela e a irreverência de Miguel Bata vieram à tona, na medida em que estes forçaram o seu rival a cometer muitas faltas, o que culminou com a expulsão de Custódio Muchate, um jogador imprescindível na manobra ofensiva da equipa liderada por Horácio Martins, por ter atingido o número limite de faltas. Neste período, o Costa do Sol registou 23 pontos, contra 19 do Ferroviário de Maputo, vencendo no final pela marca de 59 a 55, e provando que na capital de país já não há imbatíveis. Por ter concretizado 18 pontos e protagonizado 11 ressaltos, Edson Monjane foi eleito a melhor unidade em campo.
A contar para a mesma ronda, a formação de A Politécnica derrotou o Maxaquene pelos tangenciais 68 a 67. Canarinhos quebram a invencibilidade dos locomotivas, também, em femininos No que diz respeito aos femininos, o Ferroviário de Maputo, que à entrada para esta ronda era a única equipa imbatível no certame, foi derrotado pelo Costa do Sol por oito pontos de diferença, ou seja, 51 a 48, diga- -se, numa partida em que os locomotivas alinharam com a sua formação secundária.
Foi um embate em que o conjunto canarinho dominou completamente, face a um rival que andou a leste dos acontecimentos, sobretudo no primeiro período. A primeira parte terminou com o resultado de 23 a 18 a favor da equipa de Jaime Macanve. No reatamento, Inguivilde Macauro e Nelda Luciano tudo fizeram para evitar o primeiro desaire do Ferroviário de Maputo na presente edição do Torneio de Abertura; todavia, as canarinhas souberam gerir a vantagem trazida da primeira parte.
Nesta etapa o Costa do Sol marcou 28 pontos, mais três que a formação locomotiva. Apesar da derrota, o Ferroviário de Maputo continua na liderança do Torneio de Abertura. Por seu turno, A Politécnica humilhou o conjunto do Desportivo de Maputo pelos retumbantes 80 a 18. Importa referir que o Torneio de Abertura, também conhecido por Torneio de Preparação, é a primeira prova do calendário da bola ao cesto na capital de país e serve de antecâmara para o Campeonato da Cidade de Maputo.