A filha dum proeminente activista de oposição do Barein e outras 40 pessoas foram presas, esta Sexta-feira (4), horas depois de as forças de segurança usarem gás lacrimogéneo e disparos de espingarda para dispersar centenas de manifestantes que exigiam reformas políticas, disseram os activistas.
Pelo menos 45 pessoas ficaram feridas na operação das forças de segurança para acabar com as três manifestações separadas em todo o reino insular do Golfo Pérsico, na noite da Quinta-feira (2), contaram eles.
O Barein reprimiu, ano passado, uma revolta liderada pelos muçulmanos xiitas, maioria no país, depois das revoltas populares bem-sucedidas na Tunísia e no Egito, mas marchas de protesto e manifestações continuam, levando por vezes a confrontos entre a polícia e jovens xiitas.
Xiitas do Barein dizem que têm sido marginalizados na vida política e económica, o que o governo nega. Governantes sunitas do Barein rejeitaram a exigência principal da oposição, um parlamento eleito com plenos poderes para aprovar leis e formar governos.
O director da Sociedade Jovem do Barein para os Direitos Humanos, Mohammed al-Maskati, disse que a activista Zainab al-Khawaja foi presa, esta Sexta-feira (3), quando tentava realizar um protesto solitário sentada na rua al-Badei, perto da capital Manama.
Zainab é a filha de Abdulhadi al-Khawaja, uma figura líder da comunidade xiita no levante que pôs fim a uma greve de fome de mais de três meses de duração em Maio, depois de chamar a atenção para a questão dos activistas presos.
“Ela havia participado das manifestações e então dirigiu-se à rua para iniciar o protesto sentada. Foi aí que ela foi presa”, disse Maskati à Reuters por telefone. “A partir da informação que conseguimos reunir de advogados e das famílias dos manifestantes, pelo menos outros 40 foram presos também”, afirmou ele, acrescentando que a polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
Não houve relatos de ferimentos graves. “Todos os três protestos foram fortemente reprimidos com gás lacrimogéneo e tiros de espingarda, com relatos de pelo menos 40 a 45 pessoas feridas”, disse Maskati, acrescentando que as lesões variavam de leve a grave.
As atoridades do governo não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.
O Ministério do Interior disse num comunicado no seu site que os “instigadores do motim” lançaram coquetéis molotov contra um veículo do ministério numa estrada perto de Bani Jamra, mas que o condutor e o seu companheiro escaparam ilesos.
Zainab al-Khawaja foi presa anteriormente a 21 de Abril por tentar realizar um protesto em Manama durante o Grande Prêmio de Fórmula 1 do Bahrein.
Ela foi condenada em Maio a um mês de prisão e multa de 200 dinares (530 dólares) por uma acusação separada relativa a insultar um funcionário do governo.