O director do Banco Mundial (BIRD) para Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, o haitiano Laurence Clarke, recusa que a sua instituição seja responsabilizada pelas baixas taxas de redução da pobreza, em Moçambique, vincando que “o fracasso é de todos os actores envolvidos no financiamento de programas de desenvolvimento do país”.
Para ele, o fracasso deve ser atribuído também aos 19 parceiros externos de cooperação com Moçambique (G-19) maiores financiadores do Orçamento do Estado e de programas de desenvolvimento socioeconómico do país, “não apenas ao banco e Governo moçambicano”.
Agricultura Clarke esclareceu que os esforços em curso para combate contra a pobreza “são enormes e já resultaram na queda dos índices da pobreza de mais de 70%, logo após a independência nacional, para o nível actual que está abaixo de 50%”, reconhecendo que ele é, de facto, baixo “porque a incidência da pobreza era severa e extrema, agravada pela guerra terminada em 1992”.
Sobre a acusação do Governo de que o BIRD não financia o sector agrícola, Clarke refutou a ideia, dizendo que a agricultura tem-se beneficiado directa ou indirectamente de fundos do Banco Mundial, “pois, quando financiamos a abertura e/ou reabilitação das estradas estamos a apoiar o agricultor, por exemplo, de Chókwè, a escoar sem problemas a sua produção para centros de comercialização”.
Ajuntou estar agora o Banco Mundial a financiar o sector com 90 milhões de dólares para expandir o sistema de irrigação e encorajar a agricultura de pequena escala orientada para o mercado, reforçar a segurança alimentar e contribuir para o desenvolvimento rural.
Sublinhou a seguir que a baixa produtividade que o sector regista “não deriva da falta de financiamento”, mas sim do fraco apoio em extensão rural, em sementes melhoradas e uso de tecnologia avançada nas operações culturais.