Um novo banco comercial entrou, Segunda-feira, em funcionamento em Moçambique, com a abertura de dois balcões, localizados na cidade capital, Maputo, e na Matola, o maior parque industrial do país.
Trata-se do Banco Único, instituição de acções luso-moçambicanas, com o capital social de 20 milhões de dólares norte-americanos, montante que deverá aumentar para 40 milhões de dólares até ao fim deste ano.
Este banco vai abrir, esta quarta-feira, mais dois balcões na capital do país, totalizando quatro em operação. Segundo o Director Executivo do Banco Único, João Figueiredo, a estrutura societária da instituição está ainda em evolução, sendo neste momento dominada pelo consórcio dos grupos portugueses Américo Amorim e Visabeira com 51 a 71 por cento das acções.
Os restantes accionistas são o Instituto Nacional de Segurança Social de Moçambique (INSS), Rural Consult, DHD, SS do empresário moçambicano Salimo Abdula, Agro-Alfa, entre outros moçambicanos. O Banco Único é a 17ª instituição financeira a operar no mercado moçambicano, que conta com uma forte presença portuguesa.
Neste momento, o mercado é dominado pelo Millenium Bim, do Grupo BCP, mas estão, igualmente, presentes no país a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Banco Português de Investimento (BPI), através do BCI, e o Banco Espírito Santo que participa no capital do Moza Banco.
Segundo Figueiredo, o Banco Único será universal prestando todo o tipo de serviços financeiros para todos os segmentos do mercado, entretanto, o seu foco serão as empresas e negócios.
“Achamos que todos os segmentos são importantes porque as empresas vivem a medida que o social cresce. Qualquer banco deve pensar em todos os quadrantes e todos os segmentos do mercado devem ser alcançados. Não queremos oferecer serviços, mas sim soluções aos nossos clientes. Esse será o nosso diferencial”, disse.
Falando a jornalistas sobre os planos do banco a curto e médio prazo, à margem da inauguração de um dos balcões, Figueiredo revelou que em Setembro será inaugurada a sede do banco e aberto mais um balcão na capital.
No próximo ano, no âmbito da expansão pelo país, serão abertos mais três balcões nas províncias, não se sabendo exactamente quais. “Nós queremos ser um banco nacional e, por isso, temos o compromisso de em breve estar em todo o país”, sublinhou.
Por seu turno o vice-governador do Banco Central, Pinto de Abreu, que acompanhou a inauguração dos balcões, disse que a entrada em operação de mais um banco no mercado é uma grande realização para o país. Na ocasião ele instou os gestores do Banco Único a prestarem serviços de qualidade, de modo a trazerem mais-valia ao mercado.
“A banca só existe para facilitar o processo de crescimento e desenvolvimento económico. Que este banco traga valor acrescentado para que tenha lugar o crescimento e desenvolvimento económico, através da aceleração da sua expansão e prestação de serviços de qualidade para a população”, exortou.
Segundo o vice-governador, com a abertura dos dois balcões do Banco Único o país passa a contar com 420 em funcionamento. Ele salientou que neste momento a rede bancária cobre 58 dos 128 distritos do país e espera que mais distritos passem a dispor destes serviços.
“O Banco de Moçambique sente-se regozijado pela resposta da banca ao apelo do governo para a sua extensão pelas zonas rurais. Estamos satisfeitos pela forma como esta expansão tem sido feita pelo país”, afirmou.