O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou na sexta-feira em Pequim que este ano não será possível um novo acordo internacional sobre a mudança climática sem a China. “Sem a China, não poderemos chegar com sucesso a um acordo internacional sobre o clima”, disse o secretário geral das Nações Unidas, de visita à China.
“Em contrapartida, com a China há enormes perspectivas de se conseguir um acordo em Copenhague”, acrescentou Ban, durante o lançamento de um projeto para estimular o uso de lâmpadas elétricas econômicas na China. Na reunião de Copenhague, que será realizada em dezembro, a comunidade internacional tentará chegar a um acordo posterior ao de Kyoto sobre os meios para lutar contra a mudança climática.
“Sinais fortes da China quanto a ações de reduções, anunciadas em Copenhague, ajudarão a fazer avançar o processo de negociações”, argumentou, elogiando os avanços já registrados no país. A China, por sua condição de país em desenvolvimento, não aceita as metas obrigatórios fo protocolo de Kyoto, mas anunciou suas próprias metas em termos de eficácia energética e de redução de emissões.
No entanto, a China considerou que são os países poluentes históricos, os países industrializados, que devem reduzir essencialmente as emissões e ajudar financeiramente os países em desenvolvimento na luta contra o aquecimento. Atualmente, a China é, junto com os Estados Unidos, um dos maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa. Por sua vez, o governo americano anterior rechaçou o protocolo de Kyoto por falta de obrigações para as grandes economias emergentes como a China e a Índia.
O governo de Barack Obama decidiu, no entanto, se envolver mais nesta questão com os gigantes asiáticos. Um projeto de lei contra a mudança climática, adotada no fim de junho pela Câmara de Representantes americano e que ainda deve ser voltado no Senado, tenta reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, especialmente o CO2, em 17% antes de 2020 em relação ao nível de 2005, promovendo ainda o desenvolvimento de energias limpas.
Esta meta é considerada insuficiente pela China. Ban Ki-moon, que se reúne nesta sexta-feira com o presidente chinês, Hu Jintao, e o primeiro-ministro Wen Jiabao, admitiu o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas avançado pela China. Mas destacou da mesma forma a necessidade para todos os países de enfrentar melhor a aceleração da mudança climática.
“A China é uma potência internacional, o que garante responsabilidades internacionais”, declarou. “Os avanços para uma economia duradoura e políticas energéticas são cruciais, não somente para os cidadãos chineses, como também para os cidadãos do mundo”, indicou Ban. O secretário-geral da ONU insistiu que os avanços da China serviriam a seus próprios interesses, pois é um dos países mais vulneráveis ao impacto da mudança climáticas.