A população do bairro Josina Machel deixou, desde a quinta-feira passada, de percorrer longas distâncias para encontrar água potável. No espaço geográfico que também engloba as paradisíacas praias de Tofo e Tofinho, foi instalada uma rede de distribuição de água que funciona 24 horas por dia.
Efectivamente, o bairro tinha uma capacidade instalada de produção de 45 metros cúbicos diário. Ou seja, para uma população de cerca de 5000 habitantes a zona produzia 4500 litros do precioso líquido. Menos de um litro por dia por cada habitante. Porém, para grande parte dos populares o problema nem é o acesso à água, mas as distâncias que antes tinham de percorrer para encontrá-la.
Amélia Chiúre, com um balde de 25 litros na cabeça, era uma dessas pessoas. “Agora é fácil encontrar água. Antes tínhamos de acordar de madrugada.” Ainda assim, Amélia diz que faltam coisas para que a felicidade das pessoas seja realmente efectiva. “Não temos postos de saúde perto de casa e nem todos têm energia. Isso também faz falta”, diz.
Actualmente, o fornecimento passou para 125 metros cúbicos. Ou seja, 12500 litros por dia, o que se traduz em 2.5 litros por habitante.O aumento da capacidade de fornecimento resulta da construção de um pequeno sistema equipado com três furos.
Esta infra-estrutura passa a fornecer água a 5000 pessoas contra as anteriores 728. De acordo com o director do Fundo de Investimento de Património de Água (FIPAG), região sul do país, Fernando Nhongo, as actividades desenvolvidas no projecto, que consumiu 3.340.929 meticais do fundo do Governo moçambicano e da Holanda, visam aumentar a capacidade de produção e distribuição de água, alargar o número de consumidores, melhorar a fiabilidade do sistema, e a ampliação de serviços de abastecimento na zona para mais pessoas.
Para o efeito, foram realizadas actividades que consistiram, além da construção dos três furos, na edificação de uma casa onde está instalado o equipamento para a bombagem e tratamento da água, instalação de uma conduta adutora para a distribuição de água numa extensão de quatro quilómetros, e a vedação do campo de furos.
Fernando Nhongo explicou, na oportunidade, que no quadro da continuidade do projecto de abastecimento de água naquela região da cidade de Inhambane, serão realizadas, neste ano, duas mil novas ligações domiciliárias, a construção de dois novos fontanários públicos, de igual número postos de cobrança, e a afectação de técnicos para a assistência e o atendimento ao público naquela zona.
