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Aviam, Lda. em vias de perder licença

A empresa “Aviam, Lda.”, de capitais italo-moçambicanos, poderá ver retirada a licença que lhe autoriza a explorar dez mil hectares de terras aráveis, para o plantio de jatropha curca, no distrito de Nacala-a-Velha, província setentrional de Nampula, devido à incapacidade que está a demonstrar na execução do projecto avaliado em 20 milhões de dólares norte-americanos.

A constatação das autoridades administrativas de Nacala-a-velha é de que aquela empresa não está a cumprir com o cronograma de implementação do projecto, tanto nas componentes económicas como sociais.

“Quando um projecto é submetido ao Centro de Promoção de Investimentos e ao Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Especial tem de ser acompanhado por um plano que deve ser cumprido escrupulosamente. Isso não está a acontecer com a Aviam. Há uma série de coisas que não está a acontecer dentro dos prazos estabelecidos” – explicou Daniel Chapo, administrador daquele distrito, citado, Segunda-feira (23), pelo “Noticias”.

Esta suposta falta de seriedade do investidor já tinha sido denunciada pelo Governador de Nampula, Felismino Tocoli, nos meados do ano passado.

Na óptica do governante nampulense, na realidade, existiam indícios suficientes que demonstravam que a empresa Aviam não estava a cumprir com o cronograma das actividades.

Com efeito, desde que o Ministério da Agricultura concedeu a licença de exploração dos dez mil hectares de terra, para o plantio da jatropha curca, pouca coisa ou nada andou, no que toca à implantação física do projecto.

O empreendimento preconizava o plantio de dez mil hectares daquela planta, importação de maquinaria para a montagem da fábrica de produção do biodiesel para além da componente social que, por seu turno, contemplava a construção de um centro de saúde, uma escola, uma cantina para os trabalhadores, um fontanário, entre outras infra-estruturas.

Até ao momento, a empresa apenas plantou cerca de 150 hectares de jatropha curca, supostamente para servir como viveiro de plantas, acção que em princípio implicou emprego imediato de 158 camponeses residentes nos regulados de Namige, Kathupa, Patone e Micolene, número que, entretanto, baixou para cerca de cinquenta homens.

“Tratando-se de um projecto que foi autorizado a nível central, porque a área requerida foi de mais de mil hectares, o que temos de fazer é informar a quem de direito que a situação no terreno não está a satisfazer as nossas expectativas”- explicou Daniel Chapo.

Depois do descalabro do projecto de instalação de uma refinaria de petróleo, a população de Nacala-a-Velha via no empreendimento da Aviam uma saída para o crónico problema da falta de emprego formal.

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