Uma avaria classificada como sendo de grande dimensão na Subestação do Songo está a afectar a exportação de corrente eléctrica produzida na Hidroeléctrica de Cahora Bassa.
Segundo o jornal Notícias, o facto, que se regista desde o passado dia 25 de Julho, levou a HCB a operar a 70 porcento da sua capacidade de produção de energia eléctrica. Ainda de acordo com a fonte, a avaria ocorreu numa peça-chave denominada bobine de alisamento, responsável pela regulação do sistema de transporte de energia em corrente contínua produzida na central eléctrica instalada na barragem.
Estima-se que a reposição do dano possa levar cerca de 30 dias, no máximo. Gildo Sibumbe, administrador para a Área Técnica da HCB, confirmou a avaria ao Notícias, revelou ainda que contactos com as autoridades sul-africanas estão em curso para o fornecimento a título de empréstimo de um equipamento com características similares que se espera chegue dentro dos próximos meses.
“É verdade que estamos com esta avaria no nosso sistema de produção de energia desde a Subestação de Songo. Contactos estão em curso com outros nossos parceiros para a aquisição da bobine o mais urgente possível. Para remediarmos aguardamos a todo o momento a confirmação do nosso parceiro da vizinha África do Sul, que se predispôs a emprestar-nos um equipamento com características similares do nosso”, disse Sibumbe.
O administrador do pelouro técnico da HCB apontou que o equipamento avariado é muito pesado e para o seu transporte terão que ser usadas viaturas de grande tonelagem, para além de que a sua movimentação é bastante lenta, o que vai exigir algum tempo para a sua chegada no Songo.
“Trata-se de um equipamento muito pesado e o seu transporte deve ser muito lento. Por isso, estamos já a negociar com a Administração Nacional de Estradas para encontrarmos uma saída de forma a evitar a destruição de rodovias, com particular atenção para as pontes, que poderão desabar devido ao peso da bobine, que é de cerca de 150 toneladas”, disse Gildo Sibumbe.
A fonte indicou que até ao momento a HCB já contratou uma empresa especializada para fazer o estudo da melhor rota que o equipamento deverá seguir até chegar a Songo. No caso concreto, a referida companhia aconselha o transporte a partir de Pretória, passando por Zimbabwe até entrar-se em Moçambique via Cuchamano. Com esta via espera-se que o camião passe apenas por uma ponte de maior caudal junto ao rio Mazoio.
“Para isso teremos que trabalhar com a ANE para ver como é que se pode reforçar a ponte de modo a suportar o peso do camião e do equipamento. Noutros pontos vamos fazer desvios. A outra via seria a entrada via Porto da Beira, mas para isso teríamos que atravessar mais pontes e uma delas seria a “Samora Machel”, por isso, esta via está fora de hipótese”, explicou.
Assegurando que a HCB possui pessoal técnico qualificado para reparar a avaria, Gildo Sibumbe referiu que em termos práticos a reposição do dano dura no máximo dois dias mas devido ao processo de transporte, que também é lento, espera-se que a mesma seja sanada no máximo em 30 dias. Outro facto referenciado pela fonte é que esta avaria ocorreu numa altura em que a própria HCB estava num processo de procurement para a aquisição de uma peça de reserva, processo esse que dura normalmente seis meses.
No caso vertente desta avaria, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa solicitou na semana passada a vinda ao Songo de uma equipa de especialistas alemães que deverá chegar nos próximos dias para o estudo de viabilidade com vista à reposição do equipamento danificado.