As autoridades de Burkina Faso reuniram-se, este domingo (16), para nomear um presidente interino para conduzir o país de volta a um governo civil depois de o ex-presidente Blaise Compaoré ter sido derrubado por protestos no mês passado e substituído por um governante militar.
Uma comissão de 23 fortes representantes do exército, de grupos tradicionais e religiosos, da sociedade civil e da oposição política era esperada para decidir entre cinco candidatos, compreendendo um diplomata aposentado, um sociólogo, dois jornalistas e um padre.
“Espera-se que o líder seja escolhido na noite de hoje, mesmo que seja tarde. Ficaremos fechados como cardeais escolhem um papa até que as pessoas vejam a fumaça branca”, disse Luc Marius Ibriga, um membro da comissão.
Os analistas disseram que o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Michel Kafando, de 72 anos, cujo nome foi invocado pelo exército, parecia ter mais apoio. Eles disseram que o próximo nome mais popular parecia ser Josephine Ouedraogo, 65, uma ex-ministra para a família que também trabalhou na Comissão Econômica das Nações Unidas para a África. Ela também foi indicada pelo exército.
Fontes próximas à transição disseram que a sociedade civil e a oposição tinham proposto em conjunto Newton Ahmed Barry, o editor-chefe do jornal l’Evenement, e Cherif Moumina Sy, director do jornal Bendre. Eles também sugeriram Paul Ouedraogo, um arcebispo católico romano na segunda cidade Bobo Dioulasso.
No entanto, a igreja disse imediatamente no seu site que o poder político e o sacerdócio eram incompatíveis sob a lei da Igreja. Uma vez seleccionado, o presidente de transição vai nomear um primeiro-ministro para indicar um governo de 25 membros, mas será impedido de concorrer nas próximas eleições.
