O recenseamento eleitoral de raíz deveria ter começado às 8 horas deste sábado (25) nas 53 autarquias de Moçambique, onde este ano deverão ser realizadas eleições autárquicas. Os nossos repórteres nos Municípios de Maputo, Nampula, Nacala-Porto, Quelimane e Gurué visitaram vários postos de recenseamento que não estão a funcionar.
Na capital do país o problema recorrente é a falta de preparação dos brigadistas para operarem o novo equipamento informático biométrico. Em Nacala-porto e Gurué nenhum equipamento havia ainda chegado à sede distrital do Secretarido Técnico da Administração Eleitoral (STAE) até as 11 horas.
Nos postos de recenseamento fora da zona urbana do Município de Nampula também não haviam recebido os kits com os materiais necessários para o recenseamento.
Entretanto ainda esta manhã o director-geral do STAE, Felisberto Naife, disse a AIM que “até a madrugada de hoje conseguimos colocar o material em todas as autarquias e a maior parte delas estão a funcionar. Temos técnicos que estão a trabalhar noite e dia para que o processo esteja em dia”. Naife explicou que o STAE teve um constrangimento na parte de logística devido a falta de meios de transporte mas que aguarda um reforço que esta sendo feito paulatinamente e que o problema esta a ser resolvido.
Apesar de Felisberto Naife garantir que os membros das 754 brigadas, criadas para este recenseamento, receberam treino sobre o seu manuseamento, durante 10 dias, salta a vista nos postos que os nossos repórteres visitaram, e que começaram a funcionar tardiamente, que os brigadista não se estão familiarizados com o uso das novas máquinas. O problema recorrente é a impressão do cartão, após a recolha dos dados do cidadão que está a ser recenseado, como pode ser visto neste vídeo:
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Presenciamos em vários postos cidadãos que esperaram mais de meia hora até conseguirem ter o seu novo cartão de eleitor, refira-se que este recenseamento é para todos cidadãos maiores de 18 anos residentes nos Municípios. Postos há onde o recenseamento foi mesmo interrompido aguardando a chegada de um técnico do STAE.
Esta é a segunda vez que Moçambique vai usar um sistema informático para o registo de eleitores. A primeira vez foi em 2007, durante a preparação das primeiras eleições das Assembleias Provinciais e Terceiras Autárquicas de 2008. A introdução do registo biométrico de eleitores for marcado por inúmeras avarias, que levaram a paralisação de algumas brigadas durante vários dias. A estes constrangimentos, adicionou-se a falta de domínio na utilização destas tecnologias, provocando lentidão no processo. Para o recenseamento deste ano, o STAE garante melhorias, tendo em conta a experiência do passado.
“Tendo em conta a experiência do passado, queremos fazer com que este processo seja muito melhor este ano. Para isso, pretendemos garantir uma melhor preparação dos brigadistas de modo a que possam flexibilizar o registo dos eleitores”, defendeu Lucas José, chefe do Gabinete de Imprensa do STAE.
Lucas José garantiu que o STAE adquiriu novo equipamento informático, que será diferente do usado nos recenseamentos anteriores. “Para este censo eleitoral, fizemos uma aquisição de novo equipamento , que é mais robusto e esperamos que o trabalho decorra sem sobressaltos. Este equipamento tem uma configuração diferente da dos que já usamos, por isso estamos confiantes no sucesso. O primeiro equipamento, adquirido em 2007, tinha uma configuração diferente, que depois ficou descontinuado e houve necessidade de adequá-los em 2008 e 2009. Esse equipamento antigo será usado para outras actividades dentro do processo eleitoral”, explicou.
O recenseamento dos eleitores decorre ate 23 de Julho próximo.
