A subida constante do preço da amêndoa da castanha de caju, no mercado internacional, o qual se situa neste momento em cerca de quatro mil dólares a tonelada, considerado recorde na última década, está a provocar uma corrida no sentido de garantir a colocação do produto nas principais praças entre os industriais do ramo que, como alternativa a sua fraca capacidade de processamento, estão a oferecer maior oportunidade de emprego, condição para a redução da incidência da pobreza no seio das comunidades.
De acordo com o presidente da associação dos industriais do caju – AICAJU, Mahomed Yunus o cenário é generalizado, ou seja as 22 fábricas de processamento de castanha de caju, neste momento operacionais no país sentem-se pressionadas a aumentar os postos de trabalho para garantir uma disponibilidade cada vez maior de amêndoa destinada a exportação. O exemplo mais evidente é o da Olam Moçambique considerada a maior empregadora no ramo de processamento de castanha de caju, com cerca de três mil trabalhadores, que se viu forçada a admitir numa só semana mais seiscentas pessoas, afectas ao sector de despeliculagem que determina a limpeza e qualidade da amêndoa.
Esta medida visou, fundamentalmente, segundo o entrevistado incrementar o volume de amêndoa processada por parte daquele associado da AICAJU, para colocação posterior no mercado internacional onde a oportunidade de tirar os dividendos decorrente da subida do preço são relativamente altas neste momento. Mahomed Yunus acredita que a estabilização do preço da amêndoa de castanha de caju actualmente em vigor no mercado internacional constituirá uma vantagem para milhares de desempregados no meio rural, porquanto a oportunidade de emprego embora em regime sazonal vai crescer ao mesmo nível da satisfação das suas necessidades básicas concorrendo para a melhoria das condições de vida.
As industrias de processamento de castanha de caju que absorvem apenas 30 mil toneladas anuais o correspondente a cerca de um terço do volume comercializado todos anos garante aproximadamente oito mil trabalhadores considerados ainda muito baixos avaliando o potencial da matéria-prima existente. A nossa fonte sublinhou que os primeiros três meses do ano em curso conheceram um abrandamento no que diz respeito ao processamento da castanha de caju, pois, os industriais não acreditavam na melhoria até aos níveis actuais do preço da amêndoa no mercado internacional que superou as expectativas.
Entre finais de Junho e meados de Julho próximos espera-se que venha a arrancar o processo de comercialização da castanha de caju. Dado a proximidade do início da próxima campanha de comercialização daquele produto estratégico para a economia nacional exige-se dos industriais o redobrar do esforço no sentido de garantir o processamento do produto ainda existente nos respectivos armazéns para abastecer as suas unidades industriais.