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Atentados em Bagdá deixam pelo menos 99 mortos e 700 feridos

Pelo menos 99 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas em dois atentados suicidas, com caminhão-bomba e carro-bomba, este domingo no centro de Bagdá, em uma ação atribuída pelo governo à Al-Qaeda e seus aliados para impedir as eleições programadas, a princípio, para janeiro. O primeiro atentado foi executado contra o ministério da Justiça e o do Trabalho e Assuntos Sociais, que ficam um de frente para o outro, na rua Haifa.

Dez minutos depois aconteceu a segunda explosão, diante da sede do governo de Bagdá, na mesma área. “Não descarto que os atentados sejam contra as eleições. Têm a marca da Al-Qaeda e de seus aliados que se recusam a ver que o Iraque recupera a estabilidade”, afirmou o porta-voz do governo, Ali al-Dabbagh. “É obra de um grupo que se encontra no interior do Iraque e que coordena sua ação com grupos no exterior”, completou.

No passado, o Iraque acusou a Síria de dar refúgio a membros do partido Baath do falecido ditador Sadam Hussein. Pelo menos 99 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas, de acordo com uma fonte do ministério da Saúde, que elaborou o balanço com base nos números divulgados individualmente pelos diversos hospitais da cidade.

Fontes do ministério do Interior chegaram a anunciar um balanço de 132 mortos. Logo depois da explosão diante dos ministérios era possível ver diversos corpos mutilados e pedaços de corpos espalhados, em meio a um rio de sangue. No primeiro dia da semana, o trânsito era intenso no momento da ataque e dezenas de veículos foram atingidos.

A polícia iniciou uma coleta em sacos plásticos dos documentos de identidade das vítimas. “Por quê fizeram isto? Por causa das eleições, eles querem desafiar o governo”, disse Mohamed, sentado no chão com a camisa ensanguentada, diante da sede do governo. No ministério da Justiça, os danos eram ainda mais graves e os bombeiros tiveram que usar escadas para retirar as vítimas.

“Estava trabalhando quando aconteceu uma enorme explosão, as pessoas caíram ao meu redor, o escritório ficou completamente escuro e de repente eu estava no hosptial”, relatou Haidar Assem, engenheiro de 30 anos que trabalha para o município. Dezenas de pessoas correram para o hospital Al-Karama para consultar a lista de vítimas.

“Onde está Kazem, onde está meu marido? Os vizinhos me disseram que ele estava aqui, mas eu não o encontrei”, lamentava Um Ahmed, de 45 anos. No sábado, o comandante do Exército já havia advertido para o risco de aumento da violência nos próximos nove meses, em virtude da celebração das eleições gerais e da posse de um novo governo. Em uma entrevista à AFP, o general Ali Gheidan também se declarou preocupado com as consequências de um eventual adiamento da eleição prevista para janeiro.

Os líderes políticos iraquianos ainda tentam chegar a um acordo sobre a nova lei eleitoral, o que permitiria a celebração de eleições em 16 de janeiro. Até o momento o Parlamento não chegou a um acordo sobre o texto por uma disputa entre árabes e curdos pelo control da região petrolífera de Kirkuk.

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