A Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) revelou nesta segunda-feira a identidade dos três jihadistas, de nacionalidade maliana, que atacaram na sexta-feira um hotel em Ouagadogou, capital do Burkina Faso, que matou 29 pessoas e deixou mais de 50 feridas.
Em comunicado enviado à agência privada de notícias mauritana “Al Akhbar”, que costuma receber as notas dos jihadistas activos no Sahel, a AQMI assinalou que os autores foram três malianos, identificados pelos nomes de “Abu Mohammed al Bughali al Ansari”, “Al Betar al Ansar” e “Ahmed al Vulani al Ansari”.
A AQMI publicou fotos desses três jihadistas, que invadiram o hotel Splendid, em Ouagadogou, combatentes do grupo Al Mourabitoun, dirigido pelo histórico jihadista argelino Mokhtar Belmokhtar, que se fundiu à AQMI.
O hotel, situado no distrito financeiro frequentado por cidadãos ocidentais e por funcionários da ONU, foi tomado pelo comando, que detonou um carro-bomba na entrada e começou a disparar em hóspedes, clientes e funcionários antes de fazer mais de 120 deles como reféns.
A organização terrorista ressaltou neste último comunicado que o seu ataque faz parte das suas suas acções contra “os focos dos cruzados que saqueiam as nossas riquezas, agridem as nossas famílias e violam os nossos lugares sagrados”.
A Al Qaeda qualificou o hotel Splendid como “um dos ninhos mais perigosos de espionagem mundial na África Ocidental” e um lugar onde “se dirige a guerra contra o islão e onde se concluem transacções de saque dos recursos de África”.
O grupo terrorista acrescentou que os jihadistas atacaram primeiro o restaurante Capuccino antes de tomar reféns do hotel, que foi o seu “principal alvo” da operação, que durou várias horas. Além disso, ressaltou que o ataque foi “por vingança pelos nossos pais na África Central, no Mali e em outros países do islão, no leste e no oeste”.
Por último, a organização apontou que o atentado teve como objetivo lembrar “a França e aos seus aliados que a segurança no mundo hoje em dia é indissociável”: “ou nos deixam em paz na nossa terra ou poremos em perigo a sua segurança e a dos seus cidadãos”.