Pelo menos duas pessoas morreram e outras 26 ficaram feridas num ataque realizado por homens armados, reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI), contra um restaurante frequentado por estrangeiros na região diplomática de Daca, em Bangladesh, e que continuava com com reféns.
“Atendemos 28 feridos e dois deles morreram”, disse Miraz Ul Islan, gerente do United Hospital, localizado no bairro nobre de Gulshan, onde acontece o ataque, e para onde estão sendo transferidas as vítimas, a maioria policiais, de acordo com a imprensa local e uma testemunha ouvida pela Efe.
Segundo fontes citadas pelo jornal “The Daily Star”, os dois mortos são comandantes da Polícia. O alvo do ataque é Holey Artisan Bakery, especializado na cozinha mediterrânea cujos chefs são dois argentinos.
Um deles, Diego Rossini, estava no local no momento do incidente. “Estão a disparar. Por favor, chamem a polícia. Estou escondido no terraço”, escreveu Rossini numa rede social. Horas mais tarde, ele confirmou pelo Facebook que tinha conseguido escapar do restaurante.
Um funcionário do Holey, Sumon Reza, disse ao “The Daily Star” que vários homens armados com artefactos explosivos, pistolas e espadas invadiram o restaurante às 20h45 locais.
Vários veículos da imprensa de Bangladesh e fontes oficiais afirmam que há 20 reféns no estabelecimento, entre os quais estão vários cidadãos estrangeiros. A polícia não confirma a informação.
O EI reivindicou a autoria do ataque em mensagem divulgada pela agência jihadista Amac e compartilhada pela consultoria americana SITE Intelligence Group através da sua conta no Twitter. “Mais de 20 pessoas de diferentes nacionalidades foram assassinadas no ataque do EI em Daca”, diz a mensagem.
As embaixadas da Espanha e dos Estados Unidos da América no Bangladesh divulgaram mensagens através das redes sociais para alertar os seus cidadãos que evitem a região do restaurante.
Desde 2013, Bangladesh sofre uma onda de ataques relacionados com radicais islamitas que se intensificou no ano passado. Os incidentes levaram a polícia a organizar uma grande operação policial que terminou com milhares de detidos. Algumas das acções foram reivindicadas pelo EI e outras pela filial indiana da Al Qaeda.