Um autocarro de passageiros esteve sob fogo pesado no leste da Ucrânia, esta terça-feira (12), resultando na morte de 11 pessoas, segundo as autoridades do país, enquanto os combates intensificavam-se em volta do aeroporto de Donetsk à medida que os separatistas tentam expulsar as tropas do governo.
A recente violência ocorre depois de a Rússia, Ucrânia, França e Alemanha terem desistido dos planos para uma reunião de cúpula no Cazaquistão nesta semana por causa do fracasso na implementação do acordo de quatro meses de cessar-fogo. O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, condenou o ataque ao autocarro como um acto que “gelou o coração” e disse que as forças das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk eram culpadas.
“Estas mortes são um peso na consciência das quadrilhas das repúblicas populares de Donetsk e Luhansk e daqueles que estão por trás deles”, afirmou ele num comunicado no qual prometeu assinar um decreto na quarta-feira para enviar mais tropas à região. Uma autoridade da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) pediu controle máximo para todos os lados do conflito, que matou mais de 4.700 pessoas desde Abril.
“Nas últimas 24 horas a situação deteriorou-se significativamente, especialmente perto do aeroporto de Donetsk. Mais baixas entre civis têm sido relatadas”, disse o chefe da missão europeia de monitoria na Ucrânia, Ertugrul Apakan.
A guerra entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-Rússia estourou logo depois de a Rússia ter anexado a península da Crimeia no ano passado, criando a pior crise nas relações entre o Leste e o Oeste desde a Guerra Fria.
Os governos ocidentais acusam a Rússia de apoiar os separatistas, o que Moscovo nega. Fotos mostraram o autocarro e os assentos perfurados de balas perto da cidade de Volnovakha. Uma grande mancha de sangue marcava a rua ao redor do veículo.
“Dez pessoas morreram e pelo menos 13 ficaram feridas”, disse um porta-voz da administração ucraniana da região. Ele disse que o autocarro, que passava com civis por um controle de fronteira do governo, foi atacado pelos rebeldes com lançadores de foguetes. Os separatistas negaram responsabilidade e disseram que o autocarro tinha sido atacado por pequenas armas de fogo, e não por mísseis ou foguetes.