A decapitação de jornalistas por militantes islâmicos na Síria neste ano mostrou que os repórteres enfrentam uma perigosa nova ameaça, disse a organização de liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras, esta terça-feira (16).
Enquanto o número total de jornalistas mortos em todo o mundo caiu 7 por cento em 2013, para 66, a natureza de algumas das mortes foi uma grande preocupação, disse o grupo sediado em Paris num relatório anual.
“O apuração do Repórteres Sem Fronteiras para 2014 ressalta uma evolução na natureza de violência contra jornalistas e a maneira na qual certos tipos, incluindo ameaças e decapitações cuidadosamente ensaiadas, estão a ser usadas por motivos muito claros”, disse o grupo.
“Raramente os repórteres foram assassinados com um sentido tão bárbaro de propaganda, chocando o mundo inteiro.” O país mais mortal do mundo para jornalistas foi a Síria, onde 15 repórteres foram mortos, seguido de territórios palestinos, especialmente Gaza, e leste da Ucrânia, Iraque e Líbia.
A China é o país onde mais jornalistas foram presos, seguida da Eritreia, do Irão, do Egito e da Síria, segundo o relatório. O número de jornalistas sequestrados cresceu 37 por cento neste ano, para 119, dos quais 90 por cento eram repórteres locais, com a maioria dos casos a acontecerem no Oriente Médio e no norte da África.
Cerca de 40 jornalistas ainda são mantidos reféns em todo o mundo. Devido a “diversas formas de intimidação”, segundo o relatório, duas vezes mais jornalistas foram para o exílio neste ano do que em 2013.