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Assassinado Ministro do Sul do Sudão

Um ministro do governo do Sudão do Sul foi morto a tiro dentro do prédio do Ministério, em Juba, esta quarta-feira. As autoridades sudaneses afirmam que o ministro de Desenvolvimento Rural, Jimmy Lemi Milla, e o seu garada-costas foram mortos por um antigo funcionário do ministério.

O incidente acontece apenas dias após o anúncio do resultado do referendo que decidiu que o Sul do Sudão se separará do Sudão para se tornar um país independente no dia 9 de Julho deste ano. A razão do ataque ainda não está clara, mas integrantes do Movimento Popular pela Libertação do Sudão dizem que o motivo foi pessoal. O correspondente da BBC em Juba Peter Mardell diz que a população está chocada que algo deste tipo possa ter acontecido num edifício do governo.

O assassinato também abafou o clima de comemoração do resultado do referendo. Segundo o nosso correspodente, o ministro Jimmy Lemi Milla chegou ao complexo governamental às horas habituais, mas o seu guarda-costas terá esquecido a sua pistola dentro do carro. Terá sido nessa altura que um antigo empregado do ministério, partiu a janela da viatura do ministro, pegou na pistola e entrou no ministério onde disparou contra o ministro e o seu segurança.

O atacante, que no inicio se supunha ter posto cobro à sua vida, terá sido mais tarde detido pela policia. O correspondente da BBC adianta que o mesmo parece ter algum laço familiar com a esposa do ministro assassinado. O motivo do crime parace ser de ordem pessoal e não política, mas deixa claro os desafios de segurança que se colocam para a jovem nação a celebrar a sua independência no próxmo dia 9 de Julho, depois de mais de duas décadas de guerra civil.

O resultado final do referendo sobre a separação entre norte e sul do Sudão, divulgado na segunda-feira, mostrou que 98,83% dos eleitores votaram pela criação de um novo país no sul.

Novo país

O resultado final do referendo sobre a separação entre norte e sul do Sudão, divulgado na segunda-feira, mostrou que 98,83% dos eleitores votaram pela criação de um novo país no sul. Permanecem áreas contecnciosas entre o norte e o sul do Sudão Na capital sudanesa, Cartum, as autoridades do país revelaram que, apenas 1,17% dos eleitores foram a favor de manter a unidade sudanesa.

A votação, realizada em Janeiro, estava prevista no acordo de paz entre as duas regiões firmado em 2005. Horas antes da divulgação oficial dos resultados, o presidente sudanês, Omar Al-Bashir, disse que aceitaria a vitória do voto pela independência do sul. “Este é um dos dias mais cruciais para o Sudão. Gostaríamos de dar os parabéns à população do Sul do Sudão pea sua escolha”, disse o presidente sudanês.

O líder do Sudão do Sul, Salva Kiir, também prometeu colaborar com Cartum no futuro, afirmando que “muitas coisas unem o sul e o norte”. “A liberdade do sul não é o fim da história porque não podemos ser inimigos. Precisamos construir laços fortes”, disse Kiir, que também ocupa o posto de vice-presidente sudanês.

As grandes diferenças que dividem o Sudão são visíveis até do espaço. Os Estados do Norte são uma área desértica, interrompida apenas pelo fértil vale do Nilo. O Sul do Sudão é coberto por vastas áreas verdes, pântanos e florestas tropicais. O Sudão exporta milhões de dólares em petróleo por ano. Os Estados do sul produzem mais de 80% do total, mas recebem apenas 50% das divisas, o que exacerba as tensões com o norte. A região fronteiriça de Abyei, rica em petróleo, realizará um referendo sobre se deve juntar-se ao norte ou ao sul.

Celebração

O sul e o norte estiveram envolvidos em duas guerras civis (de 1955-72 e de 1983-2005), nas quais se estima que mais de 2 milhões de pessoas tenham morrido. O sul considera-se diferente do norte em cultura, religião e etnia, e acredita ter sofrido anos de discriminação.

James Copnall, correspondente da BBC na capital sudanesa, Cartum, diz que assuntos como a disputa pela região de Abyei, na fronteira, a cidadania e recursos como o petróleo terão de ser negociados. Apesar de ser rico em petróleo, o Sudão do Sul é uma das regiões menos desenvolvidas do planeta, e a tensão com o norte pode trazer ameaças para a segurança.

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