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Assad diz que a Europa vai “pagar o preço” se armar os rebeldes

O presidente sírio, Bashar al-Assad, alertou em entrevista a um jornal alemão que a Europa vai “pagar o preço” se seguir o exemplo dos Estados Unidos e fornecer armas às forças rebeldes, dizendo que tal medida irá espalhar o terrorismo para o continente.

“Se os europeus entregarem armas, o quintal da Europa vai se tornar terrorista e a Europa vai pagar o preço por isso”, disse o presidente em entrevista publicada no site do Frankfurter Allgemeine Zeitung, esta Segunda-feira (17).

Nos seus primeiros comentários desde que os Estados Unidos anunciaram, Quinta-feira, que irão fornecer ajuda militar aos rebeldes que lutam pela sua derrubada, Assad advertiu que a entrega de armas resultará na exportação do “terrorismo” para a Europa.

“Os terroristas vão ganhar experiência em combate e voltar com ideologias extremistas”, disse ele. “Para a Europa, não há alternativa a colaborar com o Estado sírio, mesmo se a Europa não gostar disso.”

Questionado sobre as acusações dos governos francês, britânico e norte-americano de que a Síria tem usado armas químicas, Assad disse, segundo o jornal: “Se Paris, Londres e Washington tivessem mesmo um pedaço de evidência para suas acusações, eles teriam mostrado isso ao mundo.”

Semana passada, os Estados Unidos disseram que de 100 a 150 pessoas morreram dos ataques de armas químicas detectados na Síria, mas Assad afirmou que seria ilógico usar armas químicas para matar esse número de pessoas se as armas convencionais também podem conseguir isso.

Ele disse: “Nós não dissemos que possuímos armas químicas, nem temos dito que não as possuímos.” Questionado por que ele se recusou a permitir a entrada de inspectores da Organização das Nações Unidas (ONU) no país, ele disse que isso iria permitir-lhes descobrir os segredos de segurança da Síria que nada tinham a ver com o seu arsenal.

“Somos um Estado, nós temos o nosso Exército e nós temos os nossos segredos. Nós não permitiremos que ninguém obtenha uma visão sobre isso, nem a ONU, nem a França, nem a Grã-Bretanha e nem outros.” Ele disse que o governo esteve aberto ao diálogo desde o primeiro dia e que não tinha mudado a sua posição sobre isso, mas Turquia, Catar, Arábia Saudita, França e Grã-Bretanha eram contra o diálogo.

Assad afirmou que a Síria, no entanto, estava preparada para negociar com Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, assim como “com as ferramentas deles: Turquia, Catar e Arábia Saudita”. O presidente sírio sinalizou que não tinha a intenção de deixar o cargo: “É claro que você não pode abandonar o seu país durante uma crise … Isso seria alta traição.”

Ele acrescentou que seria uma questão diferente se o povo decidisse que ele deveria perder o cargo. “O presidente não é o problema. Outros países querem que o presidente renuncie para dar lugar a um mercenário escolhido por esses países.”

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