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As superstições ajudam ou atrapalham os atletas?

Quando Michael Phelps prepara-se para a disputa, caminha até o bloco, tira os fones do ouvido, gira os braços três vezes, sobe no bloco e está pronto. A sua rotina nunca muda. A tenista Serena Williams, pentacampeã em Wimbledon que, como Phelps, começa a competir, Sábado (28), sempre leva as sandálias de banho para a quadra, amarra os cadarços duma maneira específica e bate a bola cinco vezes.

Apesar de toda a ciência e dos imensos orçamentos envolvidos no desporto, muitos desportistas de todos os níveis aferram-se a superstições ou rituais elaborados para melhorar o seu desempenho, e há muitos exemplos deles na Olimpíada de Londres.

Os psicólogos dizem que as pessoas frequentemente tornam-se supersticiosas quando enfrentam situações desconhecidas e estressantes, o que explica por que tantos atletas são supersticiosos e apegam-se tanto a preparativos severos.

“Quando as apostas são altas e há muita incerteza – como no desporto de alto nível – as pessoas tentam qualquer coisa para obter o resultado que desejam”, disse Richard Stephens, veterano palestrante em psicologia na Universidade Keele, à Reuters.

“Quando o custo de realizar uma acção é baixo mas há a possibilidade de grandes ganhos, por que não?” Mas isso faz diferença? Um estudo de psicólogos da Universidade de Colónia, na Alemanha, descobriu em duas experimentaçoes que a superstição triunfou nos dois casos.

Num deles, os participantes receberam uma bola de golfe da sorte ou uma comum antes de serem solicitados a dar uma tacada.

Aqueles com a assim chamada bola da sorte foram mais bem sucedidos. Também pediu-se aos participantes que levassem um amuleto, mas estes foram confiscados de metade deles antes de fazerem um teste de memória.

Aqueles que os mantiveram saíram-se melhor, relataram os cientistas em Ciência Psicológica em 2010.

Mas alguns psicólogos do desporto alertam que as superstições podem ser danosas ao desempenho dum atleta se forem levadas longe demais e tornarem-se uma distração, especialmente se não tiverem relação directa com o desempenho.

A nadadora australiana Stephanie Rice disse acreditar firmemente na superstição, e gira os braços oito vezes, aperta os óculos quatro e toca a touca mais quatro vezes antes de nadar.

Andrew Lane, professor de psicologia do desporto na Universidade Wolverhampton, na Grã-Bretanha, disse que as rotinas são importantes pata atletas, uma vez que a hora que antecede uma competição pode ser estressante e passar devagar.

As jogadoras de futebol britânicas falaram sobre os seus hábitos. Kelly Smith sempre calça as chuteiras por último e é a última a sair do vestiário, enquanto Kim Little sempre coloca as meias e os protetores de canela primeiro do lado esquerdo.

“É a confiabilidade dessas rotinas que pode ser crucial para manté-las com a cabeça equilibrada”, disse Lane.

“Mas caso torne-se uma fixação ou algo que não é relevante para o desempenho, pode ser necessário mudá-la.”

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