Nas vésperas da quadra festiva do Natal e do fim de ano, a história repete-se. E este ano não é excepção. Os últimos dias têm sido marcados pela especulação de preços, criminalidade, acidentes de viação, entre outros males que pouco ou em nada abonam as ditas festas condignas.
Foi na sequência do aproximar da quadra da festiva que os funcionários dos Ministérios do Interior, da Indústria e Comércio (MIC), e da Saúde (MISAU), empresários e comerciantes se reuniram neste sábado na cidade de Maputo, com o objectivo único de traçar estratégias com vista a desencorajar a especulação de preços, açambarcamentos de produtos, e a instar os cidadãos a denunciar quaisquer casos que perturbem directa ou indirectamente a ordem, segurança e tranquilidade pública.
Aliás, este momento do avizinhar das festas tem aberto espaços de manobra para o oportunismo. Mais do que isso, dada a crescente procura de produtos de primeira necessidade, alguns comerciantes dão-se ao luxo de praticar preços ligeira ou grosseiramente altos, desrespeitando os apelos que instituições como MIC reiteram sistematicamente para não se fazer o agravamento de preços, permitindo, assim, que as pessoas passem bem as festas e tenham acesso aos produtos alimentares, sobretudo os de primeira necessidade sem muitos problemas.
O encontro do último sábado também contou com a presença de moradores do distrito municipal Ka Maxaquene, entre outros oriundos dos bairros periféricos, estes que não se escusaram de manifestar as suas preocupações relativamente à especulação de preços. Isto acontece ante o olhar impávido e sereno das entidades competentes ou que superintendem o sector das actividades económicas no país.
Entretanto, o inspector-geral das actividades económicas, José Rodolfo, disse que a sua instituição está a trabalhar no sentido de mobilizar os comerciantes para que se distanciem da especulação de preços e açambarcamento de produtos durante a quadra festiva que está à porta.
“Nesta altura do ano, são muitos os comerciantes oportunistas e desonestos que aumentam os preços injustamente, prejudicando assim os consumidores sobretudo os que têm menor poder de compra.
“Nós vamos fiscalizar as lojas, mercados, mercearias e outros centros comerciais para vermos se os preços praticados são os recomendáveis ou não. Os que especularem os preços serão sancionados”, disse Rodolfo sem, no entanto, especificar o tipo de sanções que podem ser aplicadas aos comerciantes desonestos.
Rodolfo ajuntou ainda que a sua instituição vai colaborar estritamente com a população da periferia como dos centros urbanos para que estes denunciem os casos de especulação e açambarcamento de produtos durante a quadra festiva.
Portanto, os consumidores não devem ser cúmplices das falcatruas cometidas por alguns comerciantes, é preciso que denunciem esse tipo de casos e, para facilitar o processo durante as festas, será aberta uma linha verde, para onde as pessoas podem ligar e reportar casos de vendedores ou comerciantes que aumentam os preços dos produtos alimentares desnecessária e desonestamente.
Doação de sangue para fazer face às ocorrências da quadra festiva
Infelizmente em todos os anos, durante a quadra festiva, têm-se registado inúmeros casos de acidentes de viação que culminam com a morte e ferimentos de muitas pessoas. Para fazer face à perda de sangue por parte dos sinistrados, o sector de Saúde vê-se na obrigação de traçar o seu plano de contingência de colecta de sangue doado voluntariamente pelas pessoas.
O ministro da Saúde, Alexandre Manguele, disse que, para a quadra festiva, a sua instituição preparou- se reforçando a sua equipa (enfermeiros e serventes) nos principais hospitais do país, sobretudo o Hospital Central de Maputo, Hospitais Gerais José Macamo, Mavalane, Chamanculo, entre outros, um pouco por todo o país.
Por outro lado, o sector de Saúde, segundo Manguele, tem assegurado o stock de medicamentos, e capacitou os seus agentes para melhorarem as suas operações durante as ocorrências da quadra festiva, uma vez que neste período tem-se verificado um aumento de casos de acidentes de viação provocando mortes e ferimentos.
Para fazer face a estes casos, Alexandre Manguele insta todos os cidadãos para que façam a doação de sangue, existindo neste momento postos de recolha espalhados um pouco por todo o país, onde as pessoas podem voluntariamente doar este líquido vital, salvando vidas.
“Nós apelamos e pedimos para que doemos o nosso sangue, para que tenhamos um stock sufi ciente a nível dos nossos hospitais. Há pessoas que podem perder a vida devido à perda de sangue nos acidentes de viação. Portanto, salvemos vidas, doando sangue numa atitude de solidariedade e generosidade”, afirma.
Comandante-geral da PRM aperta o cerco aos agentes da sua corporação
Jorge Khalau, comandante-geral da PRM, disse que não será tolerada qualquer atitude que atente contra a ordem, segurança e tranquilidade pública durante a quadra festiva que se avizinha, e reiterou o apelo para que os seus agentes não se envolvam em actos de extorsão de dinheiro e outros bens dos cidadãos nacionais e estrangeiros que demandam o país para passar as festas do Natal e da passagem do ano, sendo que qualquer pessoa, seja civil, ou agente policial que puser em causa a tranquilidade e ordem pública será severa e exemplarmente punido.
“Nas vésperas das festas, temo- -nos engajado no sentido de proporcionar uma quadra festiva do Natal e do fim de ano tranquila a todos os nacionais e estrangeiros que desejem passar as festividades aqui em Moçambique”, afirma para depois acrescentar que o “cumprimento deste objectivo passa pelas não cobranças ilícitas dos agentes policiais aos cidadãos, não queremos subornos, extorsões, pedidos de refresco e de dinheiro aos cidadãos nacionais e estrangeiros, mas sim uma boa conduta dos nossos agentes, sobretudo durante a quadra festiva.