O artista dissidente chinês Ai Weiwei aceitou um cargo de professor visitante na Universidade das Artes de Berlim, anunciou a universidade na quarta-feira, dizendo que não sabia quando ele poderá deixar a China para começar a trabalhar no cargo.
O destacado artista de 54 anos, crítico do Partido Comunista que governa a China, foi solto no mês passado depois de passar mais de dois meses detido por suspeita de sonegação de impostos. No momento, ele não está autorizado a falar com a imprensa. A detenção dele suscitou críticas de governos ocidentais ao tratamento dado pela China a ativistas dos direitos humanos.
O reitor da universidade alemã, Martin Rennert, descreveu a resposta de Ai como “sinal positivo” de que ele poderá assumir o cargo em breve. A universidade ofereceu o cargo ao artista em abril, pouco depois de ele ter sido impedido de embarcar em um voo de Pequim a Hong Kong e ter sido detido pela polícia de fronteira.
A prisão do artista e de quatro dos seus colaboradores marcou o início de um caso que, segundo o governo chinês, dizia respeito à suspeita de sonegação de impostos, enquanto os defensores de Ai disseram que foi uma maneira de amordaçar críticos do governo. As autoridades tributárias de Pequim cobraram de Ai o pagamento de 12 milhões de yuans (1,9 milhão de dólares) em impostos atrasados e multas. Ai, que tem vínculos com a capital alemã, disse em março, antes de ser detido, que planejava abrir um ateliê em Berlim para ser sua base na Europa.