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Armando Guebuza respondendo as inquietações dos cidadãos

Durante os cinco dias que o presidente da república, Armando Guebuza, visitou a província da Zambézia, a população não poupou em elogialo, mas também, mesmo com todo sistema de impedimento montado para que os cidadãos mais críticos não tenham acesso aos microfones para dialogarem com o estadista moçambicano, houve gente corajosa que arriscou tudo, desde a sua vida, emprego e até convivência social nos distritos onde vivem.

Se há uns que pensavam que a questão de intimidações que acontecem nos distritos protagonizadas pelos administradores distritais, fosse apenas uma questão de Alto Molócue, a verdade manda dizer que um pouco pela província, a população está vedada dum direito constitucional que é a liberdade de expressão. Num comício orientado no posto administrativo de Nauela, distrito de Alto Molócue, populares que subiram ao pódio, informaram ao presidente que não tem sido fácil viver naquele distrito quando a pessoa critica ou aponta coisas erradas que são protagonizadas pelos governos distritais.

Os populares afirmaram que quando há vozes críticas no distrito que falam de coisas mas que o governo faz, estas são votadas ao isolamento total, e quando elaboram seus projectos e remetem ao governo não são dados os valores solicitados. Os responsáveis governamentais ao nível do distrito nem sequer se importam e em alguns casos, as pessoas críticas são ameaçadas de morte.

E se em Alto Molócue a população diz estar farto das intimidações que vem passando por parte do governo distrital, dirigido por Joaquim Pahare, no posto administrativo de Nante, distrito da Maganja da Costa, um popular aproveitando-se da presença e oportunidade que o estadista moçambicano tem dados aos populares, subiu a tribuna de esteiras montada para também dizer que ele passou por intimidações de morte, protagonizadas pelo director do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) e do Comandante distrital da Policia da República de Moçambique naquele distrito.

O mesmo cidadão, contou ao presidente da república que tudo isso, aconteceu depois deste ter também denunciado num comício popular orientado pelo exgovernador da Zambézia, Carvalho Muária, irregularidades no funcionamento de algumas instituições do estado naquele distrito. A fonte que falou em língua local, explicou ao PR que foi num certo dia que o director do SISE e o comandante da PRM, encontraramno na via pública e dai pediram-lhe para que os acompanhasse para um local a fim de terem uma conversa.

 Com medo e olhando a estrutura que lhe aborda para conversar, o cidadão explicou que terá dito aos dois que o local de conversa deveria ser no gabinete do administrador distrital. Aceite o convite, aquele cidadão diz que foram ao gabinete do administrador, mas pena é que encontraram o dirigente reunido e não havendo assim espaço para conversa.

Mais adiante, segundo explicações que chegaram ao chefe do estado, o director do SISE na Maganja da Costa, terá questionado ao cidadão se este sabia que o governo mata. Em voz alta, aquele cidadão disse que até agora vive de medo visto que o governo prometeulhe morte, dai que questionou ao PR. “Senhor presidente, será que o papel do governo é matar cidadãos”- questionou a fonte para depois acrescentar que “como disse aqui que temos que combater a pobreza, então matando as pessoas como será feito este combate?”-rematou aquele cidadão, debaixo de aplausos dos populares que estiveram no comício orientado pelo chefe do estado moçambicano.

GUEBUZA PROMETE MEDIDAS

Se em Nauela, Armando Guebuza, respondeu a questão de intimidações que a população passa quando critica o desempenho dos governos distritais, já no posto administrativo de Nante, distrito da Maganja da Costa, o PR apenas decidiu anotar as preocupações que ouviu e ficou sem resposta, provavelmente porque pelos vistos, o PR estava pensando que fosse apenas caso isolado. Na conferência de imprensa realizada em Lugela, este domingo, que marcava o fim da sua visita de cinco dias a província da Zambézia, Guebuza teve que ir ao fundo desta questão de intimidações, quando abordado pela imprensa que medidas haveriam de serem tomadas caso se prove que aqueles que são os lutadores da pobreza são intimidados.

Numa resposta curta e breve, o estadista moçambicano disse que caso se prove que há administradores que intimidam cidadãos, o governo vai sem contemplações, puni-los disciplinarmente assim como criminalmente segundo as leis do nosso país. Abordado se estas ameaças não iriam retrair assim os esforços da população sobre o combate a pobreza absoluta, Guebuza, diz ter uma outra leitura face a este cenário.

Na sua óptica, as pessoas intimidadas, não são a maioria, dai que o combate a pobreza será e está sendo feito por muitas pessoas. Lembrar que a questão de intimidações protagonizada pelos administradores distritais, não é apenas um caso isolado, porque no distrito de Gurúe, um cidadão viu seu contrato de uso do chamados “Sete Milhões”, ser rescindido por ordens do administrador Fernando Namucua, só porque o referido cidadão terá exigido transparência através dos Órgãos de Comunicação Social do governo daquele distrito no uso daquele valor destinado ao desenvolvimento distrital.

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