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Apesar da crise financeira Guebuza defende maior justiça no trabalho

O presidente Armando Guebuza instou, hoje, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e os empregadores do mundo inteiro, a fazerem tudo ao seu alcance para evitarem que a actual crise financeira global se transforme num fardo que prejudique ainda mais os trabalhadores.

Guebuza discursava no decurso duma sessão especial de três dias da OIT, cuja cerimónia de abertura teve lugar hoje em Genebra, na Suíça, e que tem como convidados de honra nove estadistas de países vistos como tendo adoptado politicas e estratégias que visam minorar os efeitos nefastos da presente crise financeira global.

Segundo Guebuza, é imperioso que nesta fase crítica se faça o uso integral da experiência desta organização mundial, para se evitar o agravamento da condição dos trabalhadores. Para além de Guebuza, destaca-se a presença do seu homologo brasileiro, Lula da Silva, que e’ considerado por muitos como estando a fazer tudo para evitar que esta crise seja um fardo e pesadelo para os trabalhadores do seu país. Na ocasião, Lula proferiu um discurso cujo conteúdo se assemelha ao que Guebuza havia pronunciado horas antes, demonstrando que ambos comungam a mesma visão sobre como minorar os efeitos desta crise para a classe trabalhadora mundial.

Guebuza vincou que “esta crise financeira internacional pode ter repercussões mais negativas no mercado de emprego e, deste modo, desestabilizar as nossas sociedades”. “Temos a plena certeza de que a OIT, como principal repositora de conhecimentos especializados em assuntos relacionados com o emprego, saberá assumir a liderança no desenvolvimento de acções que possam reduzir o impacto negativo desta crise.

A OIT tem a grande vantagem de possuir um modelo de diálogo tripartido, um importante ingrediente para o seu sucesso nesta missão’’, disse Guebuza, referindo-se a estratégia da OIT de promover o diálogo entre as lideranças políticas, empregadoras e sindicalistas, para juntos esboçarem estratégias para melhor proteger a classe trabalhadora, sobretudo em tempos de turbulência financeira.

Na sua intervenção, Guebuza vincou que numa época de crise tão avassaladora para a humanidade e para os trabalhadores em particular, “é imperioso que a OIT faça mais do que cumprir o mandato de vigilante no mundo do trabalho contemporâneo”. “A OIT deve, através da sua acção normativa e dos mecanismos de controlo e de aplicação de normas, afirmar-se como consciência social da humanidade contra injustiças. Na verdade, o conjunto de convenções e decisões, à sua guarda, são, acima de tudo, instrumentos importantes na prossecução do objectivo da justiça social”, vincou Guebuza, em tom imperativo.

O estadista moçambicano fez saber à plenária que seguiu atentamente o seu discurso que o modelo tripartido que está sendo a base da luta da OIT pela justiça social e trabalho decente para os trabalhadores de todo o mundo, tem sido também a mesma base que se tem aplicado em Moçambique, através do método de “concertação social’ que todos os anos tem reunido no país o governo, empregadores e sindicatos. “Um dos momentos mais altos desta parceria é marcado pelas sessões de trabalho durante as quais o governo, os empregadores e os sindicatos se sentam à mesma mesa para avaliarem o desempenho da economia e acordam uma série de princípios que influem na melhoria dos índices de desempenho e do aperfeiçoamento dos mecanismos de partilha justa e sustentável dos resultados desse desempenho da economia nacional”, explicou o estadista moçambicano.

Segundo Guebuza, o seu governo aprova totalmente este modelo de diálogo, porque apoia e promove as sinergias que têm logrado trazer e sustentar a agenda internacional que visa garantir um trabalho decente tal como plasmado na Declaração Universal dos Direitos do Homem. “Moçambique congratula-se com esta agenda da OIT, da qual se orgulha de ser um dos seus obreiros, na sua qualidade de Estado membro desta organização.

Trata-se de uma agenda que reverbera e dá expressão às nossas políticas sociais e laborais’’, disse Guebuza, reiterando que, para o efeito, “em Moçambique apregoamos e aplicamos o princípio do diálogo tripartido”.

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