Falhas na rede eléctrica deixaram mais de 300 milhões de pessoas sem energia por horas em Nova Délhi e na maior parte do norte da Índia, Segunda-feira (30), no pior apagão em mais de uma década, destacando problemas de infraestrutura crónicas que atrasam a terceira maior economia da Ásia.
As luzes em Délhi e em sete Estados apagaram durante a madrugada, deixando os trabalhadores da capital sufocados de calor durante a noite e, depois, presos nas estações de comboio eléctrico na hora do rush matinal.
O fornecimento de energia eléctrica foi restaurado para Délhi e na maior parte de Uttar Pradesh, um Estado com mais pessoas do que o Brasil, por volta do meio dia no horário local.
Mas os Estados de Rajastão, Punjab e Jammu e Caxemira ainda estavam sem energia eléctrica total no início da noite.
O ministro de Energia, Sushilkumar Shinde, afirmou que a electricidade seria restaurada por completo dentro de horas.
A escassez de energia e redes rodoviária e ferroviária antigas têm pesado sobre os esforços do país para industrializar-se.
Lidando com o mais lento crescimento económico em nove anos, Délhi recentemente diminuiu a sua meta para investir 1 trilhão de dólares em infraestrutura nos próximos cinco anos.
O caos reinava nas estradas sempre agitadas de Délhi, Segunda-feira, conforme os semáforos falharam e milhares de passageiros abandonaram o comboio. As estações de bombeamento de água secaram.
“Primeiro, nenhuma energia eléctrica desde às duas da manhã, depois não há água para tomar banho e agora o comboio está atrasado 13 minutos, depois de ter ficado preso no trânsito por meia hora”, disse Keshav Shah, de 32 anos, que trabalha a 30 quilómetros de distância da capital.
“Como se já não fosse a temida Segunda-feira o suficiente, isso tinha que acontecer.” O principal conselheiro do governo sobre planeamento económico, Montek Singh Ahluwalia, disse que o apagão pode ter sido causado por uma combinação de escassez de carvão e outros problemas na rede.
Mas os apagões que duram até oito horas por dia são frequentes na maior parte do país e provocaram protestos furiosos na periferia industrial de Nova Délhi neste verão, o mais quente dos últimos anos.