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Ao Senhor Leopoldo da Costa, por Gaby Lomengo

Por vezes deparamos com situações que não se enquadram na nossa forma de pensar ou que na verdade não entendemos, desembocando na indignação. Por isso, estou aqui, mais uma vez, para demonstrar essa tamanha indignação para com o senhor Leopoldo da Costa, que sem vergonha na cara depositou a sua candidatura camuflada de um dos representantes da sociedade civil que, apesar das suas conhecidas ligações com partido no poder, foi seleccionado para surpresa de todos entre os 29 candidatos iniciais. Como não ficar indignado com essa palhaçada?

Mas o seu problema é o nível da sua arrogância que é tão elevado, que se acha no direito de querer a todo o custo perpetuar-se na Comissão Nacional de Eleições, a fim de dar prosseguimento aos compromissos de toda a ordem, que em nada vão possibilitar a credibilidade de eleições justas e transparentes.

Mas a decepção e a indignação são as palavras que melhor se adequam à sua situação actual. Por isso, o bom seria retirar a sua candidatura! Retirar porque honesto e imparcial o senhor não é. Não é porque, na qualidade do presidente da CNE, ficou figura de destaque no Congresso, flagrado trajando uma camiseta do partido no poder. Como explicar isso? Como confiar numa pessoa que mentiu que fazia parte da sociedade civil? A que sociedade civil o senhor pertence? ONP? Mas a ONP está desapontada consigo e diz que “jamais tramitou qualquer expediente relacionado com a candidatura de quem quer que fosse, incluindo do senhor”.

Como interpretar isso? Será que com a sua reeleição teremos garantias de que serão tomadas medidas e consagradas as “condições” para que o acto eleitoral de cidadão moçambicano possa ser considerado “transparente, livre e justo”? Será que consigo, não haverá possibilidade de fraude e de irregularidades? Quem garante isso?

Mas na verdade o senhor não está a aguentar com a pressão e não desiste porque falta-lhe a coragem, e tem medo de decepcionar a nomenclatura que a colocou a custo zero. Mas não adianta insistir porque a falta de honestidade levou-o a favorecer os acólitos de “patrões estrangeiros”.

Apesar da sua teimosia em querer continuar e da sua filiação ao partido no poder, saiba que o povo moçambicano já acordou. Já acordámos e descobrimos que Moçambique não é apenas vermelho. Por isso, nós os atentos, estando cansados de ser cúmplices de palhaçada e de digerir todo este festival de distracção, e fazemos um apelo ao senhor para renunciar à sua candidatura.

Retirar-se porque como o tempo passa, o senhor muda de cor como se fosse um camaleão, deixa de ser patriota racional para ser mendigo e bajulador em nome do poder. Onde está o seu respeito pelos valores da sociedade e pela ética que aprendeu nas escolas em que estudou? Tudo se perdeu em nome do dinheiro e da vida fácil. De que vale ter passado anos a fio a gastar as pestanas nos livros? De que valeu o sacrifício do seu nível académico?

Isso tudo para dizer que o senhor Leopoldo da Costa, como sabe muito bem, não tem condições morais para se recandidatar a um órgão que se quer sério e imparcial como a CNE.

Portanto, os pleitos eleitorais, por representarem o momento soberano para o povo fazer a avaliação, não podem ser geridos e dirimidos por pessoas com militância partidária comprovada. E escrevemos para denunciar e travar essa ilegalidade que envergonha o povo moçambicano.

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