A informação foi avançada há dias na vila de Namaacha, província de Maputo, pelo director do Instituto Nacional de Desminagem (IND), Júlio Braga, tendo na ocasião frisado que “apesar do financiamento da comunidade internacional ter baixado, ainda são vários os países que continuam a apoiar o país nas acções de identificação, remoção e destruição de minas antipesoais”, colocadas durante a luta de libertação nacional, que envolveu as tropas coloniais portuguesas e a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), outras colocadas durante a guerra civil que envolveu o Governo da Frelimo e os antigos guerrilheiros da Renamo.
Em Moçambique, a desminagem iniciou em 1993, logo depois da guerra de desestabilização e, na altura, era financiado e conduzido somente pelos operadores internacionais de desminagem humanitária.
Porque os doadores definiam as áreas por desminar segundo os seus interesses que muitas vezes não coincidiam com as prioridades do país, o Governo moçambicano decidiu então criar em 1999 a Comissão Nacional de Desminagem (CND) que mais tarde veio se transformar em Instituto Nacional de Desminagem (IND), e tomou para si a responsabilidades de identificar as áreas minadas e financiar, através do Orçamento do Estado, as acções de desminagem em todo o território nacional.
Entretanto, porque as minas antipessoais continuavam a causar mortes, mutilavam pessoas inocentes, obstruíam o desenvolvimento económico e a reconstrução do país, o Governo encomendou, em 2001, uma pesquisa que tinha em vista apurar o panorama geral da situação de minas no país, desde a sua natureza e a quantidade.
Os resultados desta pesquisa serviram, entretanto, de fonte principal para a elaboração de um Plano Nacional de Acção contra Minas que devia vigorar até 2009 e, em função da nova pesquisa efectuava em 2006, o período foi alargado até 2014, altura que se acredita que o país estará livre de minas.