Antigos combatentes da província de Maputo, no Sul de Moçambique, queixam-se de dificuldades no acesso a créditos bancários para investirem em actividades de rendimento por causa da sua idade considerada avançada.
Jorge Muchave, antigo combatente da luta de libertação nacional, pede que as autoridades governamentais criem facilidades na obtenção de financiamento uma vez que quase todos eles tem mais de 50 anos de idade.
Muchave referiu que uma vez na reserva os antigos combatentes precisam desenvolver actividades rentáveis para poderem sustentar as suas famílias e garantir que os seus filhos continuem a estudar.
“Quando pedimos empréstimos nos bancos para investir em negócios não conseguimos porque temos mais de 60 anos de idade. Não há antigo combatente com menos de 20 anos em Moçambique”, disse.
Os veteranos da luta de libertação nacional queixam-se igualmente na demora da disponibilização de fundos para financiamento de bolsas de estudos de filhos de antigos combatentes ao nível da província de Maputo.
Este ano, segundo informacores da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), filhos de antigos combatentes beneficiaram de bolsas de estudo para o ensino superior.
Ao todo, são oito filhos de antigos combatentes que este ano ingressaram na Universidade Eduardo Mondlane, onde vão frequentar diversos cursos, com o financiamento do Governo moçambicano.
Maria Rosa, antiga combatente, diz que o atraso no desembolso de fundos para bolsas de estudos dos filhos dos antigos combatentes é uma grande preocupação na província porque os seus filhos estão a transformar-se em marginais por não ter ocupação.
“O fundo para a bolsa de estudo dos filhos de antigos combatentes ainda não sai aqui na província de Maputo”, denunciou.
‘’E uma dor para nos esta situação porque os nossos filhos já estão a ser marginais”, acrescentou.
Maria Rosa considera que apesar deste problema que afecta directamente os filhos de combatentes que já perderam a vida, os antigos combatentes já são respeitados quer ao nível do Partido Frelimo, quer ao nível do Governo, uma vez que já estão intergrados nos vários sectores de actividade.
“Os combatentes estão a avançar em tudo, já temos deputados nas assembleias municipais, queremos também chegar na Assembleia da Republica (Parlamento moçambicano)”, referiu.
No ano passado, a ACLLN contava com 939 membros ao nível da província de Maputo.