A Rússia e outras grandes potências disseram ao mediador internacional da crise síria, Kofi Annan, que apoiam a sua ideia de um governo de unidade nacional na Síria que incluiria membros do governo e da oposição, mas excluiria aqueles cuja participação minaria esse esforço, disseram os diplomatas, esta Quarta-feira.
A proposta é um dos principais tópicos que a Rússia, os outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e actores-chave do Oriente Médio discutirão numa reunião em Genebra, Sábado, sobre os 16 meses de conflito na Síria, afirmaram à Reuters os diplomatas sob condição de anonimato.
Um diplomata resumiu a proposta de Annan, dizendo que o conflito na Síria só pode terminar quando todos os lados enxergarem uma forma pacífica para um futuro compartilhado.
Annan deixou claro que era “fundamental que qualquer decisão seja irreversível, com etapas de transição claras num cronograma fixo”, disse ele.
“Isso inclui o estabelecimento de um governo de unidade nacional de transição para criar um fundo neutro para a transição”, disse o diplomata, resumindo a proposta de Annan.
“Poderá abranger os membros actuais do governo, da oposição e outros, mas teria que excluir aqueles cuja participação ou presença continuada colocaria em risco a credibilidade da transição, ou prejudicaria as perspectivas para a reconciliação e a estabilidade.”
O diplomata acrescentou que a ideia de excluir certas pessoas referia-se claramente ao presidente sírio, Bashar al-Assad, embora a proposta de Annan não diga explicitamente que Assad poderia não fazer parte dum governo de unidade nacional.
“Os russos sinalizaram ao Annan que aceitam o seu plano de transição”, disse ele. Vários diplomatas ocidentais confirmaram as suas observações, acrescentando que todos os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com poder de veto apoiaram a iniciativa.
A missão russa na Organização das Nações Unidas não estava disponível para comentar o assunto. Annan condicionou a aceitação de suas directrizes para a transição política na Síria à organização da reunião de Sábado, que incluirá os Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China, Turquia, Iraque, Kuweit e Catar. O Irão e a Arábia Saudita não vão participar.
