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Angola suspende produção de gás natural liquefeito

A fábrica de liquidificação de gás natural do consórcio Angola LNG anunciou a suspensão da produção, por um ano, por dificuldades de carregamento de navios devido a uma sucessão de problemas técnicos, apurou a PANA terça-feira em Luanda.

Entre os problemas citados como estando na origem da paralisação figuram o afundamento de uma plataforma, incêndios, fugas e ruptura num cabo, esperando-se que a produção seja retomada apenas em meados de 2015.

“Na sequência da investigação ao acidente ocorrido (…) a 10 de abril de 2014, a empresa decidiu antecipar a sua paralisação já prevista, de modo a que a construtora Bechtel possa reparar os danos do incidente e ao mesmo tempo resolver os problemas relativos à capacidade de produção da unidade”, explica a direção da fábrica num comunicado citado pela imprensa local.

Em abril passado, o projeto Angola LNG registou uma fuga de gás, que poderia ter sido mais grave caso houvesse uma fonte de ignição. Na sequência deste problema técnico, concluiu-se que existem erros no projeto relacionados com a própria estrutura da fábrica, e a responsabilidade recaiu sobre a Betchel, que assinou um contrato bilionário com a Angola LNG para desenvolver os trabalhos de engenharia e construção de unidades de gás liquefeito.

Nos termos do mesmo contrato, a Betchel comprometeu-se igualmente a fornecer unidades flutuantes de armazenamento e tanques de armazenamento. Mas ainda em abril passado, a Angola LNG estabeleceu contactos para alugar a sua frota completa, uma primeira indicação de que a sua unidade, instalada no Soyo, no norte de Angola, ia ficar paralisada durante muito tempo.

Em junho do ano passado, o projeto conheceu o seu primeiro carregamento de 160 mil metros cúbicos de gás natural liquefeito, que foi transportado para o Brasil a partir do Soyo, a bordo do navio-tanque Sonangol Sambizanga e descarregado no terminal de regaseificação da Petrobras, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

Na altura, companhia anunciou que previa, a par do gás natural, a produção de propano, butano e condensados como uma parte importante da sua atividade operacional e comercial.

A Angola LNG é um projeto de 10 biliões de dólares americanos implantado no Soyo com a previsão inicial de recolher, processar e comercializar perto de cinco milhões e 200 mil toneladas anuais de gás natural liquefeito.

Com uma das fábricas de processamento de gás natural liquefeito mais moderna do mundo, o projeto é uma parceria entre os grupos Chevron (36,4%), Sonangol (22,8%), e Total, BP e ENI, que partilham as participações restantes

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