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Moçambique declara luto nacional de seis dias pela morte de Nelson Mandela

2013 em Retrospectiva: mês de Dezembro

Moçambique declarou luto nacional de seis dias, desde a meia noite desta terça-feira (10), em memória de Nelson Mandela. Entretanto quase uma centena de líderes mundiais, desde o moçambicano Armando Guebuza ao norte-americano Barack Obama e até ao iraniano Hassan Rouhani, estão na África do Sul para as cerimónias desta semana em homenagem a Nelson Mandela, numa reunião sem precedentes para celebrar a memória de um dos maiores pacificadores da humanidade.

O Presidente de Moçambique será acompanhado pela sua mulher, Maria da Luz Dai Guebuza, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi.

Do Brasil viajou a presidente Dilma Rousseff ao lado dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva para acompanhar os eventos do funeral de Mandela.

O presidente de Cuba, Raúl Castro, do Zimbabwe, Robert Mugabe, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, também participarão dessa que será uma das maiores reuniões globais de dignitários na história recente, numa cerimónia a ser realizada nesta terça-feira no estádio Soccer City, em Johanesburgo, informou a chancelaria sul-africana na segunda-feira.

Mandela, primeiro presidente negro da história sul-africana, morreu na quinta-feira, aos 95 anos.

“O mundo todo está vindo para a África do Sul”, disse o porta-voz da chancelaria, Clayson Monyela, minimizando as preocupações com a logística e a segurança de um evento tão grande, com prazo de apenas cinco dias para ser organizado a partir da morte do político — que já tinha a saúde muito frágil nos últimos meses.

Israel, que no passado foi aliado dos governantes do apartheid que mantiveram Mandela preso por 27 anos, não vai enviar nem o primeiro-ministro nem o presidente, segundo autoridades israelitas.

Grande parte do plano logístico está baseado na realização do Mundial de futebol de 2010. Embora a África do Sul tenha se recusado a discutir o funeral de Mandela antes de sua morte, as preparações estão sendo feitas há anos.

“Obviamente não estamos a começar do zero em termos de organização”, disse Monyela. “Temos um sistema que entra em funcionamento sempre que a gente tem eventos dessa magnitude.”

O estádio Soccer City, para 95 mil pessoas perto de Soweto, bairro que foi o epicentro da luta contra o apartheid, foi o local da última aparição pública de Mandela, que em 2010, dentro de um carrinho de golfe, acenou para a torcida na final do Campeonato do Mundo de futebol. Além de segurança, o memorial no estádio representa para as autoridades um campo minado diplomático – tentando evitar um a chance de, digamos, um encontro de Mugabe com o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, a quem chamou de “menino” e “mentiroso”.

Os mais próximos a Madiba, nome do clã pelo qual Mandela era conhecido, dizem que ele iria querer apertos de mão, e não enfrentamentos.

“Amanhã (terça-feira), as pessoas deveriam honrar suas relações com Madiba. Se isso significa apertar as mãos do inimigo, sim, eu gostaria de ver isso”, afirmou à Reuters Zelda la Grange, sua assistente pessoal por mais de uma década. “Isso é o que realmente foi e é Nelson Mandela — unir as pessoas apesar de suas diferenças.”

Desde que Mandela morreu em sua casa, cercado pela família e após uma longa batalha contra uma infecção pulmonar, os 52 milhões de sul-africanos mergulharam numa comoção que não se via desde que Mandela foi libertado após 27 anos de prisão, em 1990, e da sua eleição presidencial, quatro anos mais tarde.

No domingo, admiradores lotaram igrejas, mesquitas, sinagogas e salões comunitários para rezar e louvar o homem que é considerado o Pai da Nação e um farol global de integridade, retidão e reconciliação.

Após a celebração de terça-feira, o corpo de Mandela será velado durante três dias nos Edifícios da União, em Pretória, onde ele tomou posse como presidente, em 1994.

O enterro será no dia 15, em Qunu, aldeia do seu clã, na província do Cabo Oriental. Esse evento, segundo Monyela, terá um caráter mais familiar, com a presença de poucos líderes mundiais.

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