Vários jovens pertencentes à Universidade Eduardo Mondlane encenaram, na pretérita Sexta-feira (17), em Maputo, a obra teatral “Eu e Meu Eu”. A peça, exibida por estudantes de diferentes cursos afectos àquela instituição de ensino, versa sobre o quotidiano dos moçambicanos – a prostituição, o alcoolismo, as infidelidades, e o machismo, este último que, de uma ou de outra forma, impede à emancipação da mulher.
A representação de “Eu e Meu Eu” traz-nos uma conversa, em jeito de depoimentos, de personagem que, eventualmente, tenham experimentado cada vicissitudes aqui mostradas.. A obra começa com o desabado do professor de ensino primário, Pedro, casado com Mariamo, uma mulher do campo. No entanto, devido à vários motivos pessoais, Pedro decide buscar a sua mulher para consigo viver na cidade, uma ideia que veio, ao longo da história, a confundir-se com a própria sepultura.
“A minha esposa já não é mais a mesma. Ela não pára em casa, nao cuida de mim e nem das crianças”. Na verdade, o que o esposo de Mariamo reclamava era o facto de a sua mulher estar absolutamente preocupada com o seu trabalho e com os seus estudos. Agoniado com a vida que levava, Pedro argumenta: “A escola não foi feita para as mulheres”.
Na mesma onda de profundo dialogo com sigo mesmo, veio a Rose, uma mulher movida pela ambição, pela cobiça de querer sobressair-se sem “soar a camisa”. A personagem entra no palco eufórica trazendo, em forma de discurso, os ganhos obtidos com o seu trabalho fácil. Mas, ainda que persistente e viciada com a prostituição, Rose chora e lamenta o facto de se encontrar mergulhada “num mar de incertezas”.
Acompanhe o desenvolvimento desta história, que faz parte da vida de todos nós, na edição 310 do Jornal @Verdade.