Os alunos das escolas das localidades de Muiane, Mocoa, Naculuwe, Namirreco, no distrito de Gilé, Posto Administrativo de Ligonha-Sede, estudam muito pouco porque gastam maior parte do seu tempo a transportar água, lavar pratos e vestuário para os seus professores.
O facto resulta da falta de água que afecta aquele distrito da província da Zambézia. Para evitar percorrer longas distâncias no sentido de obter o precioso líquido, os professores obrigam as crianças a levarem para a escola cinco litros água cada. A medida é tida pelos próprios professores como uma forma de estimulá-los.Os professores das escolas primárias de Mocoa, Naculuwe, Namirreco e Muiane não conseguem sequer obter água para a higiene pessoal diária. Nas localidades de Mocoa, Namirreco e Naculuwe, por exemplo, são necessários cerca de cinco a dez quilómetros para encontrar um rio ou um poço com água bebível. Como forma de contornar o problema usam, independentemente da idade, os seus alunos como burros de carga.
Marta Maurício, 10 anos de idade, frequenta a segunda classe. Reside na localidade de Mocoa. Da sua casa para a escola caminha aproximadamente três quilómetros. O seu sonho é ser enfermeira. Segundo justificou, para curar várias enfermidades que afligem a população da sua localidade”. Mas este sonho pode ruir caso quem de direito não ponha freios nos actos perversos dos professores de Mocoa.
Em conversa com a reportagem do @Verdade, a petiza confirmou que todos os dias é obrigada a chegar na escola com um bidão de cinco litros de água. Às vezes é posta a lavar pratos e roupa dos professores. Entre ir a escola e ficar em casa, a menina prefere esta última opção.
Lucas Paposseco, pai e encarregados de educação, mostrou-se preocupado com a atitude dos professores que na sua opinião “tomam os alunos como se instrumentos de trabalho”. Segundo ele, dessa relação anti-pedagógica entre os alunos e os professores há relatos de violações sexuais que culminam com gravidezes.