Um aluno de 19 anos de idade desferiu golpes com recurso a um canivete contra o seu colega de 18 anos em luta ocorrida num dos corredores da Escola Secundária Josina Machel, na passada sexta-feira (16), na capital moçambicana, por razões não devidamente esclarecidas.
A acção foi retratada em vídeo e posteriormente difundida através das redes sociais, tendo se tornou viral. Trata-se de um acto que lembra dos filmes de Hollywood de luta de rua, mas que no caso vertente ocorreu num estabelecimento de ensino, onde era suposto haver decoro.
O ofendido e o ofensor, que frequentam a 10ª classe em turmas diferentes, saíram feridos, mas com gravidade para o primeiro. Ambos foram socorridos para o Hospital Central de Maputo (HCM) e não houve necessidade de internamento. Contudo, o aluno mais nove foi golpeado em várias partes do corpo.
Orlando Modumane, porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Maputo, disse que o agressor encontra-se a ver o sol aos quadradinhos nas celas da 2ª esquadra.
Ele apelou aos gestores dos estabelecimentos de ensino, aos funcionários e a demais utentes para que se antecipem a este tipo de casos, denunciando os distúrbios protagonizados por alunos, por exemplo, no recinto escolar.
A rixa entre os dois jovens, supostamente resultante dum desentendimento originado por um jogo de motorizadas, arrastava-se há dias.
Naquela sexta-feira, por volta das 07h00, depois de se entoar do hino nacional, como é e praxe nas escolas, os miúdos puseram-se a discutir, alegadamente a proferirem palavras injuriosas e ofensivas um contra o outro. Chegados no corredor onde o estudante mais novo foi esfaqueado, iniciaram uma contenda sem precedentes e optaram por resolver tudo por via da pancadaria.
Foi nesse instante, que o aluno mais velho puxou da sua mochila uma navalha com a qual pôs-se a aplicar cortes no corpo do colega. No vídeo, onde o jovem de 18 anos aparece sem meios para se defender, o estudante de 19 anos só largou o colega depois de este ter caído. Aliás, num tom de vilão e valente, o rapaz ainda tenta obrigar o colega a pedir desculpas como forma de mostrar a sua supremacia e deixar a imagem de que não tem adversário possível.
Dada a gravidade do assunto, que gerou uma onde de indignação, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MEDH) criou uma comissão de inquérito, que integra os seus funcionários, os professores e os encarregados de educação. Pretende-se apurar o que terá causado a briga e consequente esfaqueamento.
Aliás, ao contrário do que foi veiculado, o aluno considerado agressor não será expulso da escola. É que, pese embora o regulamento escolar determine que em casos desta natureza o afastamento seja imediato, o rapaz deve ser resgatado e integrado.
A comissão de inquérito foi criada horas depois de um encontro à porta-fechada entre o ministro do MEDH, o seu vice, Jorge Ferrão e Armindo Ngunga, professores, conselho de escola, direcção da Escola Secundária Josina Machel e a governadora da cidade de Maputo, Iolanda Cintura.