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Alta incidência de crianças mortas por Ebola exige atenção especial, diz OMS

As autoridades que combatem o Ébola precisam fazer mais para lidar com a alta incidência de mortes de crianças cujo isolamento dos pais também causa grande sofrimento e as priva dos cuidados especiais de que necessitam, alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta sexta-feira.

Numa reunião de representantes da Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa – os três países mais afetados no oeste africano –, a entidade relatou haver um consenso de que a rígida política que proíbe contato com pacientes da doença pode ser suspensa se boas medidas forem adotadas para proteger os agentes de saúde da infecção.

“Existe a necessidade de abordar temas relativos às crianças e às grávidas. As crianças menores de 5 anos têm uma taxa de mortalidade muito alta, muitas vezes porque precisam de muita ajuda para serem alimentadas, para serem cuidadas”, disse a assessora técnica da OMS, doutora Margaret Harris, num informe à imprensa.

A mortalidade das crianças de menos de 5 anos tem sido de 80 por cento, o que significa que quatro de cada cinco morrem, e de até 95 por cento entre as crianças de menos de um ano que exigem tratamento intensivo e alimentação frequente, declarou.

“Foi cogitado até que o simples fato de estarem separadas e isoladas, como acontece no tratamento do Ebola, tem um efeito psicológico devastador nas crianças, elas estavam sem os pais, estavam sem alguém que cuidasse delas”, disse Harris.

“A complexidade de se lidar com crianças, especialmente as de menos de 1 ano, não estava realmente sendo abordada, e precisa ser.” Pelo menos 21 grávidas sobreviveram à febre hemorrágica, mas os seus filhos ou fetos raramente, informou ela.

Quase 9 mil pessoas morreram dentre os 22.495 casos conhecidos da epidemia iniciada em dezembro de 2013. Os sobreviventes exibiram sintomas como dor muscular intensa, dores de cabeça, variações de humor, depressão, perda de concentração e visão prejudicada, de acordo com a OMS.

A Reuters relatou nesta semana que entre cinco e dez mil sobreviventes se queixam de efeitos colaterais meses depois da recuperação.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) afirmou que 16.600 crianças nos três países mais afetados perderam um ou ambos os pais. Mas as comunidades e os familiares não acolheram mais que cerca de 500 delas, superando os temores iniciais e o estigma.

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