Ali Bongo perdeu as eleições e não representa o Presidente legítimo do Gabão, declarou segunda-feira, em Bruxelas, o chefe da Missão de Observação Eleitoral Europeia no Gabão, Jo Leinen.
Ao apresentar o seu relatório final, ele sublinhou que este demonstra “claramente” a manipulação dos resultados das eleições presidenciais de 27 de Agosto, último no Gabão.
“Sendo flagrante a manipulação dos resultados, esta eleição não pode ser aceite”, concluiu o responsável europeu, acrescentando que a UE vai lançar o procedimento de consulta com o Governo gabonês em conformidade com o Artigo 96 do Acordo de Cotonou.
Em virtude deste instrumento, a UE pode suspender parcial ou totalmente a cooperação com um país parceiro ACP (Grupo África, Caraíbas e Pacífico) por “violação grave” dos princípios democráticos.
Sob o regime do Presidente Etienne Eyadéma no Togo, este país esteve mais de 10 anos sob sanções europeias por causa de défice democrático, lembre-se.
As sanções foram levantadas após a ascensão ao poder neste país do seu filho, Faure Gnassingbé Eyadéma.
Jo Lienen indicou que a questão relativa ao escrutínio presidencial no Gabão estará na agenda da próxima sessão da Assembleia Parlamentar Paritária ACP/UE, prevista para 19 a 21 de Dezembro corrente em Nairobi, no Quénia.