Um número não estimado de parceiros externos, incluindo instituições financeiras da Europa, está a abandonar o seu apoio ao Orçamento do Estado (OE) e projectos de investimento em carteira em Moçambique devido à gravidade da crise que afecta muitos países da Europa.
“Portugal é um dos exemplos do abandono de projectos e programas”, evidenciou Eduardo Koloma, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, falando em entrevista exclusiva ao Correio da manhã sobre as repercussões da crise em algumas regiões da Zona Euro.
Exemplificando, Koloma indicou que é nesse âmbito que “Portugal abandonou por completo” o seu projecto de financiamento das obras de construção da ponte ligando o centro da cidade do Maputo e a região da KaTembe.
O governante disse não estar em condições de nomear todos os parceiros que já manifestaram indisponibilidade de avançar com certos compromissos anteriormente assumidos, mas frisou ser “um facto” que os investimentos externos para Moçambique estão a reduzir devido a crise na Zona Euro.
Dias antes, o governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, havia reconhecido que a situação crítica em que se encontra o Euro está a limitar as exportações de muitos países, incluindo Moçambique.
Contudo, a mesma situação não está a comprometer o processo de criação da moeda única e banco central da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), ainda segundo Gove, indicando que os governadores dos bancos centrais desta sub-região da África trabalham “afincadamente” na harmonização dos regulamentos para a integração económica, controlo da inflação, supervisão bancária, entre outras actividades.