A Delegação Regional Norte das Alfândegas desmente informações segundo as quais parte dos contentores com madeira retidos no Porto de Nacala tenha sido liberta e seguido para o mercado asiático.
O chefe do gabinete regional de comunicação e imagem, Albano Naroromele, considerou tais informações de “falsas, infundadas e especulativas”.
Naroromele desafiou as pessoas que veicularam tais insinuações a apresentarem provas, apontando o registo de um único contentor, o dia e o navio que o transportou para os referidos contentores para o mercado asiático.
“Isso não constitui a verdade; é mentira. Desde que este caso despoletou, a comissão inter-sectorial (Alfândegas, Polícia e Agricultura) está a trabalhar arduamente para que o mesmo seja esclarecido o mais cedo quanto possível”, sublinhou o oficial aduaneiro.
Este jornal foi informado sobre a pretensa saída de parte dos 457 contentores retidos no Porto de Nacala, na passada Sexta-feira, por pessoas influentes e ligadas à área empresarial residentes naquela cidade portuária.
Para além do desmentido inicial das Alfândegas, Albano Naroromele acrescentou que o que se está a fazer agora é o desempacotamento dos contentores, num processo iniciado no último Sábado, em Nacala.
Com o processo, a comissão intersectorial pretende verificar se o que está empacotado nos contentores é simplesmente madeira, não misturada com outro material, e, se for, verificar a sua autenticidade de estar ou não em condições de ser exportada.
Naroromele considerou o processo moroso, pois o desempacotamento é feito por uma única máquina, demorando, cada contentor, entre 20 a 25 minutos.
Serão desempacotados todos os 457 contentores pertencentes à seis empresas diferentes e descarregados em três navios, nomeadamente o “La Tour”, “Kote Nilan” e “Barrier”.
As empresas são, designadamente, Casa Bonita, Tong Fa, Senyu, Moz Trading, Ze Long International e CHANATE, sendo a primeira pertencente a uma alta patente na reserva. Em todo este processo, os contentores tidos como suspeitos são os pertencentes à Casa Bonita.
Por outro lado, o chefe do Gabinete Regional de Comunicação e Imagem negou que a sua instituição esteja a ser pressionada por pessoas bem posicionadas para libertar os contentores retidos.
Tais pessoas são conotadas como ligadas à empresa Casa Bonita. Para além de considerar de fúteis tais alegações, Albano Naroromele deixou claro que as Alfândegas e outras instituições envolvidas neste processo não estão a lidar com pessoas, mas sim com empresas.
Que fique bem claro que neste assunto não estamos a lidar com pessoas de forma individual, mas com empresas juridicamente reconhecidas e cujos nomes constam dos documentos de despacho dos contentores, explicou.