Somente 878.187 alunos das classes de ingresso foram matriculados até ao dia 11 de Janeiro no país, número aquém das 1.865.963 vagas que o Ministério da Educação tinha disponíveis para este ano. Este quadro significa que até esta quarta-feira havia um milhão de vagas por preencher, de acordo com dados apresentados num balanço preliminar do processo das matrículas pelo Ministro da Educação, Zeferino Martins.
Contudo, e segundo o jornal Notícias, o número não espelha a real situação do país, dado o défice de informação até então prestada pelas províncias. Apenas duas províncias, nomeadamente Gaza e cidade do Maputo, haviam entregue toda a informação referente aos alunos inscritos até ao dia 11 de Janeiro. Tete e Inhambane apresentaram dados que cobrem até ao dia 7 e as restantes sete províncias apenas elementos referentes às matrículas realizadas até ao dia 10 de Janeiro.
Uma das razões para a fraca execução tem a ver com o facto de a maioria dos pais ou encarregados de educação matricular os seus educandos nos últimos dias, quando os dados ontem apresentados são referentes aos primeiros dias das matrículas. Zeferino Martins justificou a aparente falta de vagas como estando ligada nalguns casos ao factor preferência, pois muitos encarregados de educação têm optado por escolas estrategicamente bem localizadas, ainda que distantes do seu raio de residência. Regra geral, essas escolas esgotam em tempo recorde o número de vagas, sobretudo no ensino primário.
Sobre a capacidade de absorção dos alunos da 8ª e à 10ª classe dentro do sistema, o titular do pelouro da Educação referiu que existem ainda outras saídas, como, por exemplo, o Instituto de Formação de Professores, com um total de 7500 vagas, o Ensino Técnico Básico, com 8600 vagas, o Ensino Médio Técnico com 3300 e o Ensino à Distância para a 8ª classe, com 35 mil vagas.
700 mil alunos vão estudar ao relento
Entretanto pelo menos 700 mil alunos vão estudar ao relento durante o ano lectivo de 2011 em Moçambique, que começa dia 17 de Janeiro, devido à escassez de salas de aula, indicou o ministro da Educação moçambicano, Zeferino Martins.
O ministro da Educação responsabilizou “um orçamento restritivo” como uma das causas da prevalência desse quadro. A escassez de salas de aula é mais aguda no ensino primário, onde as crianças são obrigadas a estudar debaixo das árvores, ou em salas sem tecto, sendo a situação mais preocupante “nas zonas mais recônditas”, enfatizou Zeferino Martins.
Para o ano em curso, prevê-se que estudem no ensino geral, que inclui o primário e o secundário, pouco mais de 6,7 milhões de alunos, dos quais mais de um milhão são novos ingressos.