Alguns cidadãos empresários entrevistados pelo nosso jornal na Cidade da Beira, na esteira da auscultação pública que iniciamos para colher aquilo que consideram prioridades que o novo Governador de Sofala deve assumir a partida, exigiram de Maurício Vieira maior aproximação com a população, especialmente com os agentes económicos.
Falando especificamente do contacto com os empresários, Dálio Wing, empresário e gestor de uma das principais casas de venda de equipamentos e acessórios auto e diversos na Cidade da Beira, sustentou que só assim o novo Governador de Sofala poderá vir a ter melhor percepção do ambiente de negócios e de investimento na província.
Denunciou que o anterior governador andou ligeiramente afastado do contacto com os empresários locais, afirmando que alguns problemas teriam sido resolvidos se tivesse maior aproximação com este sector da sociedade. Referiu-se, concretamente, a participação do empresariado local no investimento nos distritos, para quem ainda é muito fraca devido a falta de sensibilização e incentivos.
Garantiu que o empresariado local tem capacidade para investir nos distritos mas precisa de uma orientação por parte de quem de direito. Por outro lado, o mesmo empresário sublinhou a importância da melhoria das condições das vias de acesso, especialmente para os principais centros de produção, tendo mencionado as estradas que dão acesso as regiões de Chemba e Sena, na zona Norte da Província de Sofala. Disse que o estado actual das vias de acesso que dão aquelas zonas do interior de Sofala é precário e isso torna a produção local mais encarecida.
Defendeu também a importância do governo encontrar formas para potenciar pequenas iniciativas empresariais, por exemplo através da criação de linhas específicas de concessão de financiamentos, o que na sua opinião ajudaria a atacar o problema da pobreza urbana. Por seu turno, Cipriano Godinho, proprietário de uma das principais casas de rectificação de peças, também na Cidade da Beira, embarcou no mesmo diapasão defendido por Dálio Wing, enfatizando que são os agentes económicos que asseguram a funcionalidade de governos, daí devem merecer maior atenção por parte dos dirigentes.
Paralelamente, Godinho sugere ao novo timoneiro de Sofala para que encontre formas para revitalizar o emprego portuário na cidade da Beira, tendo recordado que em tempos foi esse sector que garantia maior número de postos de emprego nesta urbe.
“Revitalizando o emprego portuário estar-se-ia a dar importante passo no combate a pobreza urbana” – afirmou. Disse ainda que ao nível da cidade, sobretudo, Maurício Vieira deve se esforçar no sentido de assegurar a criação de condições para o emprego digno. Falou também do problema de proliferação de mão-de-obra estrangeira sem a devida necessidade, porquanto localmente existe em abundância força de trabalho qualificada. E abordou a questão dos cidadãos zimbabueanos que praticamente assaltaram o negócio informal na Cidade da Beira.

