A Agência Europeia de Segurança Aérea (Aesa) anunciou esta sexta-feira que vai ordenar a substituição dos sensores de medida de velocidade suspeitos de ter influenciado a ocorrência do acidente com o voo do Airbus 447 entre o Rio de Janeiro e Paris, que deixou 228 de mortos em 1 de junho. Um pouco mais cedo, a Airbus anunciou que recomendaria às companhias aéreas a substituição desses sensores.
A Aesa vai ordenar nos próximos dias a substituição de todos os sensores Pitot Thales de tipo AA nos Airbus A330/A340, segundo um comunicado. Todos os A330/A340 deverão ser equipados com pelo menos dois sensores Pitot produzidos pelo americano Goodrich, o terceiro sendo opcional: Goodrich ou Thales, porém neste caso deverá ser do tipo BA, mais recente que o AA, explicou a Aesa. “Os três tipos de sensores (os dois Thales e a Goodrich) respeitam os critérios de segurança em vigor”, destacou a Aesa, falando em precaução.
Está sendo elaborada uma proposta detalhada do texto para ser publicada nos próximos 14 dias, prossegue a organização com sede em Colônia (oeste da Alemanha) e encarregada da certificação dos aviões na Europa. A Airbus recomendou que as companhias aéreas substituam pelo menos duas de cada três sondas sondas Pitot da marca Thales por modelos da americana Goodrich nos aviões A330 e A340, indicou nesta sexta à AFP um porta-voz do construtor europeu.
“Enviamos uma carta a todos os nossos operadores para recomendar que substituam em sua frota de A330 e A340 as sondas Pitot Thales por Pitot Goodrich”, afirmou o porta-voz. Esta recomendação se refere à mudança de pelo menos duas das três sondas da marca Thales usadas em cada avião. A mudança diz respeito a cerca de 200 aviões de uma frota de mil aparelhos dos modelos de longo alcance A330 e A340, afirma a Airbus. Os outros aviões da frota já estão equipados com as sondas Goodrich.
Depois do acidente com o voo 447 da Air France entre Rio e Paris em 1 de junho, que caiu no Atlântico com 228 pessoas a bordo, “pedimos a nossos cientes que nos informassem sobre os resultados de suas sondas Pitot”, precisou. “Por precaução, a Airbus emitiu esta recomendação depois dos informes das companhias aérea”, acrescentou a fonte.
Os sensores Pitot foram questionados por vários sindicatos após o acidente do AF447 e a Air France acelerou a substituição dos sensores pelos modelos mais recentes. O Sindicato dos Pilotos de Linhas Comerciais (SNPL), majoritários na Air France, inclusive, já havia pedido a substituição dos sensores Pitot da marca Thales por sensores Goodrich em toda a frota da companhia.
Esses sensores equipavam tanto o aparelho A330 da Air France acidentado entre Rio de Janeiro e Paris como o Airbus A320, que sofreu um acidente no dia 13 de julho entre Roma e Paris Segundo o SNPL, 70% da frota mundial de aviões comerciais são equipados com sensores americanos Goodrich, que nunca foi citado em incidentes anteriores.