Um surto de gripe suína em uma granja de perus no Chile levantou temores de que o novo vírus possa se combinar à influenza aviária e sofrer uma mutação ainda mais perigosa, alertou uma agência das Nações Unidas nesta quinta-feira.
A Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO) expressou sua precupação com outras granjas, que podem ser infectadas com o vírus A (H1N1) – que até agora só havia sido detectado em humanos e porcos. “A actual cepa do vírus H1N1 é uma mistura de genes humanos, suínos e aviários, que se provou muito contagiosa mas não mais mortífera do que cepas de gripes comuns”, explica a agência, que tem sede em Roma.
“No entanto, teoricamente ela poderia se tornar mais perigosa se adquirir mais virulência ao se combinar com o H5N1, conhecido como vírus da gripe aviária, que é bem mais mortífero, embora menos contagioso entre humanos”, acrescenta. A FAO destaca que o Chile não registrou casos de gripe aviária.
Entretanto, adverte que “no sudeste asiático, onde há muitos vírus (aviários) circulando nas criações avícolas, a introdução do H1N1 nestas populações seria motivo de grande preocupação”. As autoridades chilenas anunciaram na semana passada a descoberta de um surto de gripe suína em duas fazendas de criação de perus na região de Valparaíso, 160 quilômetros a oeste da capital Santiago, e que havia sido transmitido aos animais por humanos.