Com 39 anos, Clarisse Machanguana regressou aos pavilhões da sua terra natal, mais uma vez para ajudar a selecção nacional. Apesar de ter iniciado o jogo no banco, a sua entrada, a sensivelmente quatro minutos do fim do primeiro período, mereceu ovação por parte do público.
No total, a experiente poste jogou 21 minutos e 50 segundos, tornando-se na terceira jogadora que mais tempo teve na partida diante do Egipto, atrás de Odélia Mafanela (24’50”) e da capitã Deolinda Ngulela (23’26”). Foi uma verdadeira bombeira, tendo entrado numa altura em que a ansiedade obrigava a que a nossa selecção cometesse muitos erros nos lançamentos à tabela. Soube dar segurança aos lances ofensivos.
A sua experiência vislumbrou no jogo interior, sendo tecnicamente excelente e decisiva. Foi a segunda melhor marcadora com um total de 18 pontos, atrás de Leia Dongue (22). Converteu sete dos oito lançamentos livres e três dos quatro tiros na zona dos três pontos.
Na defensiva, ainda que sem maior fulgor, que aliás é o grande calcanhar de Aquiles da equipa de Nazir Salé, ganhou apenas dois ressaltos, cometendo três faltas durante os pouco menos de 22 minutos.
“Quero ganhar o campeonato africano”
Clarisse confessou que se sentiu bastante emocionada com a ovação do público moçambicano quando pulou do banco. Para ela, “o calor do povo é sempre espectacular. Motiva, encoraja e nutre de força a equipa”.
No que ao facto de não constar no cinco inicial diz respeito, Machanguana disse que “é uma decisão que tem de ser respeitada. O povo moçambicano precisa perceber que estamos na era de transição de talentos, onde o mais importante é dar oportunidade à nova geração para que ela possa se afirmar”.
“O que quero, na verdade, é ser campeã africana seja dentro, seja fora da quadra” concluiu. De lembrar que este Afrobasket marca o fim da carreira da Clarisse Machanguana como jogadora de basquetebol.
