A selecção de basquetebol juvenil feminina conquistou, no último sábado (12), a medalha de bronze no Campeonato Africano de Basquetebol de sub-16. Pela segunda vez consecutiva, o Mali tornou-se vencedor desta prova que neste ano decorreu na cidade de Maputo.
Depois de alcançar a segunda posição do grupo A, mercê de duas vitórias frente à Tunísia, por 55 a 46, ao Gabão, por 80 a 11, e uma derrota diante do Egipto, por 49 a 73, Moçambique defrontou a Costa do Marfim em jogo dos quartos-de-final.
No embate, a equipa moçambicana entrou audaciosa e por isso saiu com uma vantagem de nove pontos terminado o primeiro período, ou seja, a vencer por 17 a 8. Nos segundos dez minutos, a turma da Costa do Marfim entrou com a lição bem estudada e tentou contrariar o poderio da equipa anfitriã. Beneficiou de muitos “turnovers” e criou várias dificuldades no jogo interior de Neidy Ocuane que não encontrava espaços para fazer chegar a bola a Laky da Graça, a finalizadora.
Apesar de ter estado a perder por cinco pontos no parcial, Moçambique conservou a vantagem no marcador por 30 a 26 até ao intervalo. No terceiro período, as nossas jogadoras estiveram consistentes sendo que, por esse motivo, aniquilaram as adversárias que pontuaram por seis vezes contra 15 da nossa selecção. Com 45 a 32 no marcador, a favor de Moçambique, chegou- se ao último quarto do confronto em que as duas equipas não conseguiram disfarçar o cansaço, mesmo com a rotação das jogadoras. As nossas meninas saíram- -se bem ao vencerem, por 55 a 44, garantindo o apuramento para as meias-finais.
Uma “verdadeira” final perdida
Na tarde de última sexta-feira (11), a nossa selecção juvenil entrou para a derradeira partida que, para além de garantir uma vaga na final, iria assegurar o apuramento ao “Mundial” de sub-17 que terá lugar no próximo ano na Itália. Porém, o resultado desta partida foi uma autêntica humilhação para as moçambicanas. Nem a construção do jogo por parte de Neidy Ocuane, nem os 12 pontos marcados por Dilma Roldão foram suficientes para travar a tarde inspirada das malianas que no primeiro período já venciam por 21 a 5.
No último quarto antes do intervalo, a equipa de Lucília Caetano tentou contrariar a turma do Mali e o máximo que conseguiu foi perder por um ponto no parcial. O terceiro tempo foi fundamental para a vitória da equipa adversária de Moçambique que ampliou a vantagem para 29 pontos, o que acabou com a esperança da nossa selecção juvenil de lutar por um lugar no “Mundial” da Itália. Os números, esses, é que foram humilhantes depois do apito final: Mali 83 – 37 Moçambique.
Uma medalha (de bronze) que salvou a honra
A Moçambique restou apenas lutar por uma medalha de bronze. Nesta partida, que teve lugar no pavilhão do Maxaquene, no último sábado (12), a selecção nacional voltou a cruzar o caminho da Tunísia. As nossas representantes entraram bem no primeiro período, porém encontraram uma adversária com as mesmas aspirações: a conquista do bronze. Moçambique venceu esta etapa do jogo por dois pontos de diferença, ou seja, por 11 a 09.
A perda de ritmo das nossas jogadoras deu-se no segundo quarto, sobretudo nos últimos cinco minutos, em que as coisas correram mal para Moçambique. As tunisinas venceram no parcial por 10 pontos e passaram a comandar, registando- -se o resultado de 20 a 28 no marcador. No reatamento, Lucília Caetano mobilizou a sua colectividade com vista a lutar por um melhor resultado. Neidy Ocuane, a base da selecção nacional, pôs em prática o seu talento na construção das jogadas de ataque e ajudou o país a entrar no quarto e último período a perder por apenas dois pontos, ou seja, por 32 a 34.
Mesmo sem algumas das suas peças fundamentais, como são os casos de Verdiciana e Laky da Graça penalizadas por terem atingido o limite máximo de faltas permitidas, cinco, a nossa equipa juvenil esteve imparável no último quarto de jogo. Moçambique venceu por 56 a 50 e conquistou, desta forma, a medalha de bronze. De referir que a prova foi novamente conquistada pelo Mali que na final derrotou o Egipto por 63 a 62, numa partida dramática e que só foi resolvida no último segundo do tempo regulamentar.
Neidy Ocuane a “MVP”
A base e capitã da selecção nacional, Neidy Ocuane, foi eleita a “Jogadora Mais Valiosa”(“MVP”) deste Afrobasket de sub-16 pelas suas excelentes exibições durante a prova. Ainda no jogo de atribuição do terceiro e quarto classificado, Neidy averbou 18 pontos, sendo a melhor marcadora da partida. Para além disso, aquela jogadora figurou na “equipa ideal” desta competição.
“É uma responsabilidade muito grande para mim. Estou muito emocionada e feliz. Não diria que não esperava pelo prémio. Mas a minha luta era para vencer a competição ou, no mínimo, chegarmos até à final para estarmos no “Mundial”. Não conseguimos, mas penso que provamos que temos talento” disse a “MVP” do Afrobasket sub-16 que decorreu em Maputo.
“Falta atenção aos escalões de formação”
A conquista da medalha de bronze para Lucília Caetano espelhou as condições oferecidas a esta selecção que, segundo informações a nosso dispor e confirmadas pela própria seleccionadora nacional, se juntou a uma semana da realização da prova.
Para a seleccionadora nacional, “esta competição lembrou que há, ainda, muito trabalho pela frente. Penso que temos de olhar mais pelos escalões de formação pois é obvio que há muito talento no país. Se o trabalho fosse feito com antecedência e com melhores condições, nós poderíamos chegar à final. Tivemos de gerir o esforço das jogadoras pois, conforme viram, elas saíam sempre cansadas dos jogos. Aprendemos bastante com os erros que cometemos e vamos procurar melhorar para as próximas vezes” rematou Lucília Caetano.