Afonso Dhlakama, líder do maior partido de oposição em Moçambique, Renamo, exige o fim da “perseguição militar” de que é alegadamente alvo para retomar as negociações com o Governo de Maputo, segundo o académico Lourenço do Rosário, que falava no final de um encontro com alguns dirigentes da “Perdiz”, na capital do país.
Em declarações à Imprensa, Lourenço do Rosário, que tem intermediado o processo negocial entre o principal partido da oposição e o Governo, disse que “durante estas duas horas em que estivemos reunidos com a delegação da Renamo, pediram-nos para transmitir ao Presidente (de Moçambique) a vontade de dialogar, mas há questões que se modificaram. Gostariam de ver do lado do governo alguns sinais de desanuviamento para permitir que o presidente da Renamo possa reaparecer, porque neste momento, para todos os efeitos, está a ser militarmente perseguido”.
De acordo com a Agência Lusa, Lourenço do Rosário afirmou que Afonso Dhlakama, em parte incerta desde o suposto ataque à sua base em Santhundjira, disse aos quadros do seu partido que estão em Maputo que mantém o compromisso com a paz, mas está impedido de dirigir o processo de diálogo com o Governo pela acção militar em curso.
“Ele reafirma que não quer voltar à guerra e a delegação da Renamo pediu para transmitir ao Presidente da República essa vontade”, sublinhou Lourenço do Rosário. O mediador lamentou o facto de ambas as partes emitirem sinais contraditórios relativamente ao modo como pretendem resolver a actual crise política, admitindo haver setores que defendem “uma solução final” para o diferendo.