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Aeroporto de Mavalane continua a ser porta de exportação para traficantes

Aeroporto de Mavalane continua a ser porta de exportação para traficantes

O Aeroporto Internacional de Mavalane continua a ser a melhor porta de exportação para os traficantes de troféus da caça furtiva, que continua em alta no Sul do nosso continente. Só nos últimos dias dois contrabandistas que partiram de Maputo e passaram pelos modernos scanners do aeroporto com cornos de rinocerontes foram detido na China, um na cidade de Guangzhou e outro em Hong Kong. O @Verdade apurou que a participação da Administração Nacional das Áreas de Conservação na fiscalização existente nos aeroportos internacionais tem sido boicotada pelas autoridades aeroportuárias.

Um cidadão de nacionalidade chinesa foi detido no passado domingo(29) pelas autoridades do aeroporto internacional de Guangzhou na posse uma mala com cornos de rinocerontes. O traficante, que partiu da capital de Moçambique num voo da Ethiopian Airlines, transportava onze cornos que pesaram 30 quilogramas.

Entretanto, na segunda-feira(30), outro traficante, de 31 anos de idade, que também iniciou viagem na capital moçambicana, e viajou pela Qatar Airways, foi detido no aeroporto internacional de Hong Kong na posse de uma mala com cornos de rinocerontes cortados em pequenos pedaços, pesando 1,4 quilogramas, inseridos em embalagens de bolachas e chips que transportava como bagagem de cabine.

As autoridades chinesas estimam em 6,2 milhões de dólares norte-americanos o valor de mercado destes produtos da caça furtiva, que são procurados pelas suas supostas propriedades medicinais e milagrosas.

Ambos traficantes passaram pela aparentemente apertada, pelo menos para os cidadãos honestos, segurança do principal aeroporto do nosso país onde quer a bagagem despachada para o porão assim como as malas transportadas na cabine do avião passam pelo crivo de agentes da Polícia da República de Moçambique, funcionários dos aeroportos e ainda agentes da Autoridade Tributária que são auxiliados por modernos scanners intrusivos, o @Verdade apurou similares aos usados nos aeroportos da China onde o contrabando foi apreendido.

Em Abril passado o @Verdade revelou que o esquema do tráfico de cornos de rinocerontes no aeroporto de Mavalane gera em suborno até 50 mil dólares norte-americanos pagos em dinheiro vivo para os scanners sejam manipulados ou para que toda cadeia de segurança simplesmente não veja o conteúdo de determinada mala.

ANAC impedida de intervir no Aeroporto Internacional de Mavalane

Dados da Agência de Investigação Ambiental(acrónimo em inglês EIA) indicam que entre 2010 e 2016 foram traficados através de Moçambique 797,78 quilos de cornos de rinocerontes. Não há indicação de existirem cidadãos nacionais ou estrangeiros detidos pelo tráfico de troféu da caça furtiva embora a lei já preveja a pena de prisão para os traficantes.

O @Verdade sabe que a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), entidade que em Moçambique coordena o combate à caça furtiva, propôs-se a reforçar a segurança nos aeroportos internacionais do nosso país, não só através da sua presença física mas juntando à fiscalização cães treinados para a detecção de troféus da caça furtiva, porém a sua intervenção não tem tido acolhimento por parte das autoridades aeroportuárias.

Desde meados deste ano a caça furtiva de rinocerontes e elefantes, que estava relativamente controlada, voltou a aumentar na Região Sul de Moçambique onde se localiza o Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo(constituído pelo Parque Nacional do Limpopo em Moçambique, Parque Nacional do Kruger na África do Sul e o Parque Nacional do Gonarezhou no Zimbabwe).

Até Setembro tinham sido abatidos 370 rinocerontes por caçadores que na sua maioria acedem ao Parque Nacional do Kruger, onde existe um grande população dos animais, através do permissivo lado moçambicano.

Quase admitindo a impotência em travar os furtivos, que fazem parte de redes criminosas bem organizadas, as autoridades conservacionistas na África do Sul iniciaram a transferência de dezenas de rinocerontes do parque Kruger para o Botswana onde esperam que os animais sobrevivam graças a política de tolerância zero existente no País.

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