O actor e comediante renomado e vencedor de um Oscar, Robin Williams enforcou-se na sua casa na Califórnia e morreu asfixiado, informou um legista nesta terça-feira com base em investigações preliminares.
Williams, de 63 anos, foi encontrado morto pelo seu assistente pessoal ao meio-dia de segunda-feira, suspenso por um cinto preso entre uma porta e o batente em posição sentada pouco acima do solo, declarou o vice-legista-assistente do condado de Marin, Keith Boyd, numa coletiva de imprensa.
“O assistente pessoal do senhor Williams ficou preocupado perto das 11h45, quando bateu na porta de seu quarto e não obteve resposta”, disse Boyd. “O seu ombro direito estava de encontro à porta, e o seu corpo estava em posição perpendicular à porta, ligeiramente suspenso. O senhor Williams já estava frio ao toque, e o seu corpo já apresentava rigidez”, acrescentou.
As autoridades também encontraram um canivete perto do ator, e cortes com sangue seco no seu pulso consistentes com a lâmina.
Williams vinha tratando de depressão, declarou Boyd, mas não disse se encontrou um bilhete suicida.
Os arranjos para o enterro serão decididos pela família, disse o legista.
O seu corpo foi liberado pelo instituto médico-legal do condado vizinho de Napa. Boyd não informou a presença de quaisquer drogas ou álcool e disse que o exame toxicológico irá demorar várias semanas, sublinhando que a investigação está em andamento.
Comediantes, políticos e gerações de fãs lamentaram nesta terça-feira a morte do ator Robin Williams, famoso pelo seu estilo cómico frenético e desbocado. A notícia da morte do ator ecoou rapidamente nas mídias sociais, chocando fãs jovens e velhos e comediantes influenciados por Williams desde seu surgimento na comédia de TV dos anos 1970 “Mork & Mindy” no papel de um estranho e adorável extraterrestre.
Williams sempre foi franco sobre a sua luta contra o álcool e a cocaína, e nos últimos meses internou-se numa clínica de reabilitação para se manter sóbrio.
Na Calçada da Fama, em Hollywood, dúzias de fãs reuniram-se em torno da estrela de Williams no começo da terça-feira com velas e flores para lembrar o versátil ator. O carisma de Williams conquistou gerações e gêneros de cinema variados, da voz do génio azul da animação “Aladdin” à sua interpretação do terapeuta paternal do drama “Génio Indomável”, pelo qual recebeu o Oscar de melhor ator secundário em 1997.
A sua morte abalou os seus colegas, que lamentaram a perda daquele que muitos descreveram como um homem de grande coração e um dos comediantes mais criativos de sua época. Sarah Michelle Gellar, que interpretou sua filha na recente série cômica “The Crazy Ones”, da rede de TV norte-americana, disse que sua vida ficou melhor após ter conhecido Williams. A série foi cancelada em maio depois de uma única temporada.
“Para os meus filhos ele era o tio Robin, para qualquer um com quem ele tenha trabalhado era o melhor chefe do mundo, e para mim ele não era só uma inspiração, mas o pai que sempre sonhei ter”, declarou Gellar num comunicado.