O activista de direitos humanos Rafael Marques pediu para o procurador-geral de Angola revogar a indicação de Isabel dos Santos como chefe da Sonangol, acusando o presidente do país de agir inconstitucionalmente ao colocar sua filha no comando da empresa estatal de energia.
O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que chegou ao poder em 1979, nomeou a sua filha, uma empresária bilionária, como chefe da Sonangol em Junho através de decreto presidencial, numa medida que concretiza o controle da sua dinastia no poder do país, um grande exportador de petróleo.
“Com questões de recursos naturais estratégicos, o presidente não pode mudar as regras conforme lhe agradam. Ele deve buscar uma ratificação do parlamento. Ele não fez isso e, então, as reformas na Sonangol são inconstitucionais”, disse Marques à Reuters após protocolar três pedidos junto ao gabinete da Procuradoria Geral.
Angola, actualmente o maior produtor de petróleo da África por causa de problemas de abastecimento causados por ataques de militantes em unidades na Nigéria, disse em Abril que restruturaria a Sonangol para aumentar a eficiência e a rentabilidade.