Apesar da maioria dos 28 ministérios do actual Governo dispor de porta-vozes e assessores de Imprensa, “o acesso à informação na maioria das instituições estatais, incluindo ministérios, continua uma miragem”, denunciaram, esta segunda-feira, em Maputo, alguns directores de órgãos de Comunicação Social públicos e privados sediados na capital moçambicana.
Falando durante um encontro sobre Operacionalização de Políticas e Estratégias de Informação e Promoção da Imagem do Governo, cuja sessão de abertura foi dirigida pelo Primeiro-Ministro, Aires Ali, o director de Informação da Televisão de Moçambique (TVM), Simião Ponguana, indicou que “a divulgação insuficiente das actividades do Governo deve-se ao distanciamento dos portavozes e assessores de Imprensa, quando solicitados pelos jornalistas”.
A opinião foi secundada por outros presentes, tendo Ezequiel Mavota, director de Informação da Rádio Moçambique (RM), enfatizado que “o segredo de Estado propalado pelos dirigentes estatais é uma forma de se furtarem aos jornalistas interessados em obter informação num determinado ministério e/ou instituição estatal”. Mavota e Ponguana, secundados por outros colegas de profissão, apontaram os Ministérios de Planificação e Desenvolvimento, das Finanças e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação como sendo os que devem, com regularidade, dar informação actualizada sobre os últimos desenvolvimentos que ocorrem no país e no plano internacional “por disporem de maior informação sobre as metas e realizações do Governo e sobre as suas posições quanto a assuntos internacionais”.
Entretanto, Aires Ali havia defendido um maior envolvimento da Comunicação Social e “a sua rápida adaptação às mudanças tecnológicas para melhor acompanhamento das actividades desenvolvidas no país”. O encontro foi organizado pelo Gabinete de Informação (GABINFO), organismo governamental adstrito ao Gabinete do Primeiro-Ministro, e contou com a presença de cerca de 50 convidados, entre jornalistas, porta-vozes de ministérios e dos governos provinciais.