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Abudullah reitera que eleição de Karzai é ilegal

Três dias após desistir da disputa do segundo turno das eleições presidenciais afegãs, Abdullah Abdullah, afirmou na quarta-feira que a reeleição de Hamid Karzai é ilegítima e ilegal, prolongando assim a crise política que paralisa o país há mais de dois meses.

O ex-ministro afegão de Relações Exteriores justificou sua retirada pelo temor de uma repetição das fraudes maciças que marcaram o primeiro turno. Ao comentar a confirmação da reeleição pela Comissão Independente Eleitoral (IEC), Abdullah afirmou que “esta decisão não tem base jurídica e um governo que toma o poder com base em uma decisão de tal comissão não pode ter legitimidade”, no primeiro discurso público desde o anúncio dos resultados.

A CEI, que é responsável pela organização da votação e por declarar o resultado, está envolvida no escândalo que provocou a anulação de 25% dos votos do primeiro turno, que apoiaram maciçamente Karzai. Abdullah reiterou suas acusações contra a CEI, acusando-a de “incompetência” e “tendenciosa”, já que o director do organismo, Azizullah Ludin, é ex-assessor do actual presidente. Na semana passada, Abdullah pediu a demissão de Ludin, a suspensão de três ministros que fizeram campanha e o fechamento dos centros de voto “fantasmas”. A CEI e Karzai rejeitaram todos os pedidos.

“Essa é exactamente a mesma Comissão que anunciou a nomeação do presidente”, disse Abdullah. “Um governo que chegou ao poder sem o apoio da população não pode lutar contra problemas como a ameaça de terrorismo, desemprego, pobreza e centenas de outras questões”. Na terça-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu ao presidente Karzai que trabalhe em conjunto com todos os candidatos para se chegar a uma solução.

Contudo, Abdullah, que teve sua campanha marcada pelos ataques fortes contra o governo, não vê qualquer interesse em participar de uma coalizão com seus adversários. “Esse governo, que carece de legitimidade, não pode lutar contra a corrupção”, disse, enquanto Karzai prometeu na terça-feira combater este mal, criticado sistematicamente pelos ocidentais. Apesar das condições de sua reeleição, Karzai foi bem recebido pela comunidade internacional, e a Casa Branca o considera o “líder legítimo” do país.

As eleições afegãs deixaram Barack Obama diante de um dilema terrível, em meio à revisão da estratégia no Afeganistão e momentos antes da tomada de decisão sobre o aumento de soldados americanos no país.

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