96 moçambicanos já podem morar no bairro residencial Casa Jovem, localizado no Distrito Municipal KaMavota, na capital moçambicana. Igual número de casas, num total de cinco prédios de quatros andares, já estão prontas para habitar. Erik Charas na cerimónia de inauguração fez questão de frisar que as mesmas ficaram prontas com seis meses de antecedência…
A chuva, dependendo do ângulo de visão do observador, pode constituir uma bênção ou um mau agouro. No entanto, para as pessoas que viram as suas casas prontas ela, a chuva, será sempre sinónimo de independência e felicidade. Na cerimónia que não contou com a presença de membros do Governo como é normal em actos desta natureza, Erik Charas foi claro e agradeceu, acima de tudo, a equipa que “100 porcento moçambicana” que ajudou a tornar realidade a construção destas casas. “A minha equipa disse que eu não podia esquecer de dizer isto: estamos a entregar seis meses antes do tempo”, referiu. Antes, porém, esclareceu que “com um prédio construído eu não podia trazer ninguém para viver aqui. Não era um espaço habitável”. Ou seja, “queríamos que a imprensa e os clientes vissem que isto foi a unidade mínima para que as pessoas pudessem conviver em harmonia”.
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Licença de habitabilidade
Se, por um lado, as casas estão prontas a habitar, por outro, o Governo confirmou tal facto através da licença de habitabilidade. Cada habitação, das 96 que estão prontas para entregar, a sua certidão, já tem o seu PH e já é hipotecável. No que diz respeito à eventuais defeitos que possam ocorrer, Charas esclareceu que os mesmos serão corrigidos no espaço de um ano. Contudo, “a questão clara é que o que se cria impensável neste espaço aconteceu”.
A segunda parte do projecto, ou seja, a fase B contemplará vivendas ou moradias do Tipo 3, com um espaço de 88 metros quadrados. Em princípio, segundo Erik Charas, serão construídas 350 casas. Recados “Mais do que aos clientes, ao Governo, a banca e todos os outros que não nos ajudarem eu tenho de agradecer a um grupo que é a minha equipa”, referiu um animado Erik Charas que prometeu, no início do seu discurso, que não se ia preocupar em responder aos detractores do projecto.
O melhor dia da sua vida
O número 412, que tem aparecido com destaque no marketing do projecto, explicou, não é referente ao de casas terminadas. Representa a data da entrega das casas. Ou seja, 4 de Dezembro. A equipa, segundo Charas, afirmou que teria as casas terminadas nessa data. “Eu disse que eles tinham de vestir o compromisso. Toda gente que usou o 412 vestiu esse compromisso. Felizmente há muito mais. Não são 412 apenas.”
“A verdade é um bem colectivo”
Sobre as casas para os jornalistas, Erik Charas fez saber que “fica difícil os media pagarem melhor aos jornalistas. A maior parte dos apoios aos jornalistas ou media não prevêem a injecção de capitais. Não prevêem coisas que façam com que os jornalistas aumentem a sua fonte de rendimento. Pior ainda para aqueles que estão no sector independente. Aqueles que não estão ligados ao sistema não tem, por exemplo, acesso as casas da Vila Olímpica”. Assim, Erik justificou a razão da iniciativa. Contudo, deixou claro que a ideia é atingir outras classes. Como, por exemplo, “advogados e médicos. Nós queremos construir um país no qual os médicos, juristas e demais profissionais lutem para trabalhar na Função Pública”.
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“A maior parte de nós várias vezes olha e critica o que eles fazem. Eu não sou jornalista, mas lido com eles e tenho uma consideração e respeito por eles. E achei que uma das coisas que devíamos fazer era ajudar a resgatar esta dignidade do jornalista”. Acrescentou: “a verdade é um bem colectivo”. Efectivamente, “queremos que ele se dedique a informação sem pensar que a sua segurança e dos seus não fica comprometida por aquilo que escreve”, disse
Com apartamento do tipo 1, 2, 3 e 4 o Casa Jovem não só inova no conceito de bairro residencial, em vez dos Condomínios que vão nascendo no nosso país, mas também oferece aos seus clientes preços bastantes acessíveis tendo em conta o mercado inflacionado de habitação que existe em Moçambique.
Neste bairro, para além dos apartamentos existirão, na sua fase final, espaços de lazer para os residentes e visitantes assim como uma vasta área comercial onde deverão funcionar supermercados, farmácias, padarias e/ou pastelarias, ginásios, cafés, escritórios, entre outros locais necessários.
A construção do bairro está orçada em 76,5 milhões de dólares norte-americanos e está concebido para ser habitado por jovens profissionais com idade até os 40 anos e com um rendimento mínimo mensal, do agregado familiar, de 25 mil meticais.